sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O que é mesmo Vocação?


O mês de agosto no Brasil tem sido já há alguns anos dedicado às vocações e a sua importância para a vida da Igreja. No entanto, existe ainda muita confusão no meio do nosso povo, ou melhor, falta mais esclarecimento do que significa vocação. Para uns falar em vocação é a mesma coisa que profissão, para outros vocação seria uma aptidão com a qual a pessoa nasce, para outros ainda vocação é coisa de padre e freira. Em meio a tantas afirmações gostaria de contribuir um pouco para tentar esclarecer o real significado do conceito de vocação à luz da teologia.
Se se vai à raiz da palavra vocação encontra-se simplesmente “chamar”, do verbo latino vocare. No entanto, a tradução do termo vocatione, que quer dizer chamado, convite, apelo, ganhou no meio popular um sentido mais voltado para aptidão, afinidade, inclinação do que propriamente para aquilo que ela aponta, isto é, um convite que o próprio Deus faz a cada ser humano para realizar uma missão.
Quando pensamos vocação no sentido mais profundo e teológico, evita-se compreendê-la simplesmente no âmbito de gosto pessoal, pois não basta apenas gostar é preciso antes ouvir a vox Dei (voz de Deus) perguntar qual é a vontade d’Aquele que chama e dar uma resposta. A vocação, portanto, não é uma auto-realização, como sinônimo de realização profissional, de status ou sucesso advindo do exercício profissional, mas sim, realização de um projeto que vem de um Outro e realiza a pessoa à medida que esta se abre ao Outro. O sentir-se realizado na vocação deve ser sempre consequência da concretização de um projeto que não é meu, mas de Deus. Por isso a vocação é mistério, é muito mais que uma tendência, um desejo pessoal, ela desperta em cada pessoa uma força misteriosa do chamamento.
A vocação só pode ser entendida teologicamente, porque ela é uma realidade teológica. Por mais que se queira valer de estudos muito avançados, não teremos respostas a todas as interrogações. Pode-se dizer, que do ponto de vista da Teologia, “vocação é o chamado de Deus dirigido a toda pessoa humana, seja em particular, seja em grupo, em vista da realização de uma missão ou serviço em favor da comunidade”. Nesta perspectiva a vocação não é excludente, mas sim um convite que Deus faz a cada pessoa, para que o seu plano de amor seja realizado.
A partir desta contestação pode-se afirmar que a vocação não é uma criação humana, ao contrário, é antes uma iniciativa divina, e que cabe a pessoa apenas responder a este apelo. É como nos diz o evangelista João no capítulo 15 versículo 16: “Vós não me escolhestes a mim, eu vos escolhi a vós e vos destinei para irdes dar fruto, e para que o vosso fruto permaneça”. A vocação que cada um recebe não é para si, mas para a missão. Não somos donos da nossa vocação, enquanto ela é um meio, nós somos instrumentos para que a vontade de Deus, isto é, a edificação do Reino, que começa aqui e agora, seja conhecido e aderido por todas as pessoas.
Vale lembrar desse modo que a vocação não está e nem pode ser reduzida ao ser padre ou freira, como costuma-se ouvir com certa frequência no meio do povo. Primeiro seria um empobrecimento do próprio conceito de vocação, e segundo “criaríamos uma espécie de classe superior, os vocacionados e os não vocacionados”, como nos recorda José Lisboa em seu livro Teologia da Vocação. Todas as pessoas são chamadas a uma vocação, isto é, dar uma resposta à Trindade, ao seu projeto de amor reservado a cada um de nós. Não importa para qual vocação Deus o está chamando, pois o essencial não está em ser padre, freira, um leigo casado ou solteiro, mas sim em fazer da vocação um ato de entrega e serviço ao próximo, aí reside a verdadeira vocação. Quem consegue viver sua vocação dessa forma encontrou o seu tesouro.
Pe. Eliseu Donisete de Paiva Gomes

Precisa-se de Santos


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Santo Agostinho

Celebramos neste dia a memória do grande Bispo e Doutor da Igreja que nos enche de alegria, pois com a Graça de Deus tornou-se modelo de cristão para todos. Agostinho nasceu em Tagaste, no norte da África, em 354, filho de Patrício (convertido) e da cristã Santa Mônica, a qual rezou durante 33 anos para que o filho fosse de Deus.

Aconteceu que Agostinho era de grande capacidade intelectual, profundo, porém, preferiu saciar seu coração e procurar suas respostas existentes tanto nas paixões, como nas diversas correntes filosóficas, por isso tornou-se membro da seita dos maniqueus.

Com a morte do pai, Agostinho procurou se aprofundar nos estudos, principalmente na arte da retórica. Sendo assim, depois de passar em Roma, tornou-se professor em Milão, onde envolvido pela intercessão de Santa Mônica, acabou frequentando, por causa da oratória, os profundos e famosos Sermões de Santo Ambrósio. Até que por meio da Palavra anunciada, a Verdade começou a mudar sua vida.

O seu processo de conversão recebeu um "empurrão" quando, na luta contra os desejos da carne, acolheu o convite: "Toma e lê", e assim encontrou na Palavra de Deus (Romanos 13, 13ss) a força para a decisão por Jesus:"...revesti-vos do Senhor Jesus Cristo...não vos abandoneis às preocupações da carne para lhe satisfazerdes as concupiscências".

Santo Agostinho, que entrou no Céu com 76 anos de idade (no ano 430), converteu-se com 33 anos, quando foi catequizado e batizado por Santo Ambrósio. Depois de "perder" sua mãe, voltou para a África, onde fundou uma comunidade cristã ocupada na oração, estudo da Palavra e caridade. Isto, até ser ordenado Sacerdote e Bispo de Hipona, santo, sábio, apologista e fecundo filósofo e teólogo da Graça e da Verdade. 


Santo Agostinho, rogai por nós! 


fonte: cancaonova.com

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Romaria Vocacional

Aconteceu nesse domingo (26) a Romaria Vocacional ao Santuário Diocesano Santa Rita de Cássia, na cidade de Lunardelli. Estiveram presentes o Assessor do SAV Apucarana, Pe. Emerson de Jesus, seminaristas, religiosas, coordenadores do SAV de diversas paróquias da Diocese de Apucarana.
Foi um momento forte de oração pelas vocações, especialmente à nossa Igreja Particular de Apucarana.
Montamos uma "Barraca Vocacional" com distribuição de panfletos vocacionais.
Eis algumas fotos da Santa Missa celebrada as 11:00.
Santa Rita de Cássia, Rogai por nós!




























Fotos: Seminaristas José Antônio e Junior Maronezi

sábado, 25 de agosto de 2012

Ir embora


Ficar inerte ou não fazer nada pode levar a pessoa à frustração na vida. Começar uma atividade ou andar em direção de um objetivo e voltar atrás igualmente causa decepção, a não ser para tomar um rumo melhor na vida. Deixar de buscar um objetivo de grande valor para ir atrás de outro de menos valia pode também ser decepcionante. Jesus em sua vida pública foi mostrando para as pessoas a necessidade da fé nele, alimentada especialmente por uma comida especial, como a da Eucaristia, que é a doação de sua carne e de seu sangue para a vitalidade do amor realizador das pessoas na conquista deste maior objetivo da vida.

Jesus, grande taumaturgo ou realizador de milagres, era seguido por multidões. Ele desafia a fé de todos. Muitos o procuravam por interesses de ganho material, como o alimento multiplicado (Cf. João 6, 26). Depois da promessa do novo alimento de sua carne, muitos foram-se embora. Não aceitaram o desafio da fé no Filho de Deus. Segui-Lo é aceitar suas coordenadas para o alcance do Reino do Céu. Seus discípulos ou seguidores aceitam praticar seus ensinamentos, levando uma vida com ética, com doação de si pelo bem do semelhante, trabalhando pela verdade, pelo bem, a justiça, a promoção da vida e da dignidade humana. O respeito ao outro faz o discípulo entender os limites humanos, perdoando, dando vez, ajudando a comunidade, respeitando e promovendo o bem comum, lutando por políticas de inclusão social, sacrificando-se para o crescimento dos fragilizados... enfim, imitando o Mestre na doação da vida para o crescimento da vida de todos. Isso exige fé no Filho de Deus. Alimentar-se dele é preciso. Sua Palavra aceita é vital para a conquista do grande tesouro de seu amor.
A tentação de voltar atrás é forte, principalmente quando barramos nos limites das pessoas, da família, da comunidade religiosa, da sociedade e, principalmente, de nós mesmos. Por isso, inteligentemente, como Pedro e os demais discípulos, atentamos ao desafio de Jesus: “Vós também quereis ir embora?” (João 6, 67). Com eles respondemos: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (João 6, 68).
Mas nossa vontade precisa ser sempre fortificada na caminhada com o Mestre, para não ficarmos parados com os escorregões de nosso egoísmo e inconstância. Assim como os esportistas estão sempre se treinando para jogar com desenvoltura e atingir o objetivo dos esportes, também nós precisamos da ascese ou exercitação constante na prática do amor e de todas as virtudes naturais e sobrenaturais vividas e ensinadas por Ele. A verdade, o bem e o amor são vitais e constantes em quem se treina na caminhada com Ele. Revestir-se de humildade e aceitação constante de revisão faz-nos crescer na doação de nós mesmos, sabendo que “O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada” (João 6, 63). Sendo amigos íntimos do Filho de Deus temos a velocidade crescente na caminhada com Ele. Realizamos até o milagre da ajuda à transformação de vida das pessoas caídas nos próprios limites. Não nos cansamos de ensinar aos outros a verdade da pessoa dele e de seus ensinamentos. Tornamo-nos autênticos seguidores e seus missionários.
As palavras de Josué também ressoam em nosso meio na opção de vida por seguirmos a Deus antes que aos ídolos: “Nós também serviremos ao Senhor” (Josué 24, 18).

Dom José Alberto Moura

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sérgio Tucano, presbítero dos Índios


A escola de ensino fundamental e médio do Distrito, que reúne mais de duzentos e cinquenta alunos das aldeias vizinhas, suspendeu as atividades durante uma semana para ajudar as famílias a preparar esta festa. Foi montado um palco artisticamente ornamentado com peças do artesanato local. As famílias da sede organizaram-se para acolher e hospedar os numerosos “parentes” (para os índios, o índio de qualquer etnia é um parente!) que começaram a chegar quatro dias antes para participar do tríduo preparatório. Depois das orações havia apresentações culturais com encenações, cantos e danças.
No dia 16/08, às 05:30 da manhã, a bordo do barco “Pérola Negra”, vinte navegantes: padres, irmãs, cristãos leigos e leigas e o bispo, partimos da cidade de São Gabriel da Cachoeira. Navegamos pelos rios Negro, Uaupés e Tiquié durante 53 horas. Extasiados contemplamos a beleza das cachoeiras, a variedade das árvores com o verde de todos os matizes, as aves que fugiam amedrontadas pelo barulho do motor. Ao entardecer, celebrávamos agradecidos a Santa Eucaristia. E dormíamos acalentados por mãe negra, a noite, pontilhada de estrelas e iluminada pelos tênues raios da lua minguante.
A Celebração da Ordenação iniciou, às 09 horas, com o rito de purificação do ambiente realizado pelo Pajé com seu tradicional bastão e o perfumado “incenso” nativo. A procissão de entrada foi precedida pela dança de acolhida “cariçu” realizada por um grupo de casais com vistosos enfeites e pinturas corporais. Eles voltaram depois para a dança do “dabucuri” : os homens tocando flautas e as mulheres carregando as ofertas para a Eucaristia. Um grupo de jovens dançou acompanhando a entronização da Bíblia carregada por uma indiazinha dentro de uma canoa transportada nos ombros de dois robustos jovens.
Comoveram a todos os testemunhos das pessoas que acompanharam a formação do Sérgio. O Pe Ivo Trevisol, o pároco que apoiou e encaminhou o jovem quando manifestou o desejo de ser padre. O Pe Jorge Gonçalves que o acolheu no Seminário em São Gabriel em 2001 e o seguiu de perto durante dez anos. A Professora Ana Cleide que o conheceu como colega de estudos e colaborou com ele no mistério diaconal. Destacaram a simplicidade, a cordialidade, a alegria, a prontidão para servir, a confiança com que se entrega nas mãos de Deus e a generosidade com que abraça o ministério.
Com a exceção de dois cantos da celebração, os demais foram todos cantados em Tukano. Inclusive a Ladainha de Todos os Santos. Depois da invocação dos Santos, entre os quais Nossa Senhora de Guadalupe e o índio S. Juan Diego, o povo entoava: “Uhsãre koteya” (rogai por nós) ou “Ayuseré oyá (intercedei por nós). Já que você ficou curioso, apresento-lhe também a versão do Sinal da Cruz com a melodia do “Amém Aleluia” que costumo cantar. “Paku ye wamé merâ! Maku ye wamé merâ! Bauhtigu ayu Yurugu ye wamé merã! Toho werã ekatirã, Ayurõ ekatirã, Ayurõ merã! Tudo a ver com o nosso português, não lhe parece!?
Os textos bíblicos, escolhidos pelo Sérgio, iluminam a missão de profeta, pastor e sacerdote que ele assume com o sacramento da Ordem: Jer 1, 1-10; Salmo 23; Heb 5, 1-6; Mt 18, 10-14. Do Evangelho de Mateus, ele tirou também o lema de sua vida e ministério: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus vêem continuamente a face de meu Pai que está nos céu… A vontade do Pai é que não se perca nenhum destes pequeninos” (Mt 18,10 e 14).
Nas palavras que proferiu antes de dar a primeira bênção, afirmou que viverá o ministério como um pequenino pastor a serviço dos irmãos mais pequeninos. Lembrou que o despertar de sua vocação aconteceu quando a Ir Elizabeth, Filha de Maria Auxiliadora, convidou-o para ajudá-la a construir casas para os Hupda. “Um Tukano que sempre considerou os Hupda como seus empregados, como poderia agora colocar-se a serviço deles?”, foi o primeiro pensamento que lhe ocorreu. Mas a Irmã, a primeira incentivadora de sua vocação, mostrou-lhe que na ótica do Evangelho e do seguimento de Jesus, “os últimos devem ser os primeiros” a receber nosso amor e nosso serviço.
Anos depois, quando fez um retiro na linha da espiritualidade de Charles de Foucauld escutou estas palavras que o confirmaram nesta direção: “Jesus quando veio habitar no meio de nós escolheu de tal modo o último lugar que ninguém lhe poderá tirar”. Se o Mestre e Senhor buscou em tudo o último lugar, como pode seu discípulo desejar o primeiro? Um de seus atentos formadores afirmou que houve um Sérgio antes e outro depois deste retiro. Isto transparece na comprometedora e radical “Oração do Abandono” que ele colocou no convite de sua ordenação: “Pai a vos me abandono… Entrego a minha vida em vossas mãos… Estou pronto para tudo. Aceito tudo, contanto que a vossa Vontade se faça em mim e em todas as vossas criaturas”.
As famílias da sede preparam gostoso e abundante almoço que foi servido gratuitamente para todos. Verdadeira festa da partilha e da multiplicação. Às 14 horas iniciaram as apresentações de cantos com coreografias e belíssimas danças de jovens e adultos que se prolongaram até o entardecer.
O Pe Sérgio de Jesus, Diocesano, permanecerá até o fim do ano em Pari Cachoeira trabalhando com o Pe Ivo Trevisol, Missionário do Sagrado Coração. Os “parentes” que o acompanharam como diácono, desejam agora vê-lo pregando o Evangelho e celebrando os Sacramentos na língua materna. Deste modo vai se concretizando o sonho da inculturação do Evangelho com a profunda inspiração: “A boa nova das culturas indígenas acolhe a Boa Nova de Jesus”.
+ Edson Tasquetto Damian
Pobre bispo do mato

FONTE:  PV no Brasil

JMJ Rio 2013


Romaria Vocacional

Apresentao1

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"Eis-me aqui"



Após o chamado dos doze apóstolos, Jesus os envia em missão, fazendo-lhes várias recomendações.


A primeira recomendação é a de que o Reino do Céu está próximo. Portanto, todo mundo – inteirando-se da sua aproximação – tem de estar de sobreaviso.  É preciso que os apóstolos participem do ministério do Mestre: “Curem os leprosos e outros doentes, ressuscitem os mortos e expulsem os demônios”.


Eles devem continuar a missão de Jesus: dar vida, devolver a liberdade e resgatar a dignidade das pessoas oprimidas.


Todos somos convocados a anunciar o Reino dos Céus. Mas, muitas vezes, nos falta a coragem de sair de nós mesmos para anunciar. Peçamos a Ele que envie muitos e santos sacerdotes. Muitos JOVENS SARADOS, CHAMADOS A PROFETIZAR, a espalhar o grande amor que Deus tem por nós.


Não nos preocupemos com o que haveremos de receber em troca.


São muitos os exemplos de servos fiéis que se entregaram ao evangelho de Cristo! Sejamos nós também servos fiéis   capazes de promover uma revolução nos corações de todos, especialmente, dos jovens de nosso país!!!

Por isso, rezemos juntos: “Senhor Jesus, ensinai-nos a sermos generoso, a servir-Te como Tu mereces, a dar-nos sem medidas e a gastar-nos sem esperar outra recompensa, senão saber que façamos a Tua vontade santa. Amém”.


Padre Bantu Mendonça 
(adaptado)

Pedro: Exemplo de Vocacionado


Estamos no mês vocacional, tempo propício para estarmos mais atentos a voz de Deus que nos chama a um determinado estado de vida.
Simão, um simples pescador foi transformado em Pedro, a pedra onde Jesus construiu Sua Igreja.
O Cantor Bruno Camurati, compôs uma bela canção sobre a Vocação de São Pedro, que ficou muito conhecida nas vozes e violões da Banda Dom. Essa canção que embala ordenações diaconais, sacerdotais e até mesmo episcopais, pois nos leva a meditar sobre nosso chamado e que mesmo na simplicidade de nossa vida podemos ser usados de forma grandiosa por Deus.
Bora curtir?

Jovens revolucionários

O melhor Tu tens pra mim



"Aqueles que Deus coloca ao nosso lado também fazem parte do melhor que Deus tem para nós." Clipe da música "O melhor Tu tens pra mim" do ministério Amor e Adoração da Canção Nova.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Carta aos Consagrados (as)


Amados, amadas de Deus, Irmãos e Irmãs de Vida Consagrada,
Tenho Sede!
Nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora na Igreja no Brasil 2011 – 2015 encontramos o seguinte texto: “para uma Igreja comunidade de comunidades, é imprescindível o empenho por uma efetiva participação de todos nos destinos da comunidade, pela diversidade de carismas, serviços e ministérios. Para isso, faz-se necessário promover: (…) o carisma da vida consagrada, em suas dimensões apostólica e contemplativa, presente em fronteiras missionárias; inserida junto aos pobres; atuante no mundo da educação, da saúde, da ação social; orante em mosteiros e carmelos, comprometida a evangelizar por sua vida e missão” (DGAE 104,b).
Quando aprovamos este texto, lembramo-nos muito de vocês. E hoje, nós que fazemos a Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada – PV-SAV, OSIB, CNP, CND, CRB, CNIS e SBE -, queremos unir-nos a vocês na comemoração do dia do consagrado e da consagrada, marcado na grade do mês vocacional, no dia 19 de agosto.
É nossa missão apoiar, promover, valorizar, cultivar, cuidar e animar os carismas e mistérios na Igreja, sobretudo os das pessoas de vida consagrada. A vida consagrada é comunhão, vista à luz da Santíssima Trindade. Comunhão em Deus é abertura e pericorese: o Pai está todo para o Filho; o Pai e o Filho estão todo para o Espírito Santo; e o Espírito, Senhor que dá a vida, procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Esta abertura de uma pessoa divina a outra é o espelho da comunhão de vocês na vida consagrada. A confraternidade na vida consagrada é o espaço humano, habitado pela Santíssima Trindade. A vida consagrada é, portanto, um dos rastos concretos que a Trindade deixa na história para que os seres humanos possam sentir o encanto e a saudade da beleza divina.
Vocês, amados, amadas de Deus, fazem parte da melhor e da mais perfeita forma de rede de comunidades; e também pelos carismas, apostólicos e contemplativos, vocês vivem a plenitude e a absoluta pertença a Deus, na ação e na oração. Portanto, caros e caras, permitam-nos escolher entre tantos, com o perigo que comporta qualquer escolha, os dez sinais que, a nosso parecer, melhor se adaptam ao estilo de vida que vocês levam e que mais chamam a nossa atenção, nesta homenagem que fazemos a vocês:
01. Ficamos felizes por vocês nos ensinarem a viver a leveza das nossas pesadas e letárgicas instituições eclesiais. Ensinem-nos a aliviar os pesados fardos das nossas Igrejas.
02. Agradecemos a vocês apostarem no valor da profecia e na força do profetismo, hoje bastante escasseados, até a entrega da vida no martírio. Que o testemunho de vocês ajude a nossa Igreja a redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha e o dom da vida.
03. Somos gratos a vocês por viverem o dom da virgindade consagrada, através de corações indivisos, em meio a uma sociedade erotizada. Que vocês consigam quebrar as barreiras do erotismo, do egoísmo e do individualismo, tão presentes na sociedade atual, assumindo um novo e diferenciado modo de vida, pela prática da castidade para servir, mais de perto, ao Cristo Senhor, e testemunhar que somos cidadãos e cidadãs do infinito.
04. Bendizemos a Deus por nos revelar em vocês o rosto materno de Deus e da Igreja, no cuidado dos mais pequeninos, dos restos, dos sobrantes e dos últimos. Que todos vocês, consagrados e consagradas de vida apostólica, monástica ou contemplativa, e membros dos Institutos Seculares, assumem o compromisso de dedicar a vida ao serviço do Reino de Deus, servindo aos irmãos na prática da misericórdia e da solidariedade, na luta pela justiça e na vivência do amor fraterno.
05. Louvamos pelos votos públicos de pobreza, obediência e castidade, e pela visibilidade da vivência radical destes conselhos evangélicos. Que a vida e as suas ações pastorais façam transparecer, com um sorriso no canto da boca, o rosto materno de Deus, especialmente para com os pobres, excluídos e marginalizados da sociedade.
06. Agradecemos a vocês a mística de paixão pelo Reino, em tempos complexos. Vivemos num mundo agitado e superficial. E que, neste contexto, vocês, consagrados e consagradas, cultivem a oração interior através da leitura orante da Palavra de Deus.
07. Somos profundamente gratos a vocês pela compaixão para com os pobres e pelo alegre testemunho de que somente Deus basta para dar sentido à vida e preenchê-la de alegria e de significado. É esta paixão pelo Reino que permite a vocês ouvirem a voz de Deus, deixando-O falar em todos os recantos da existência.
08. Obrigado por vocês apostarem no discipulado missionário, indo além do mundo que nos rodeia, para além das fronteiras da fé. A missionariedade está escrita no coração mesmo de toda a forma de vida consagrada. Vocês de vida consagrada são missionárias por excelência. E, por isto, devem ajudar-nos a crescer na consciência e na cooperação missionárias. E que este estilo de vida deixe transparecer a presença e a pertença ao Deus vivo, mesmo que, muitas vezes, de formas silenciosas.
09. Louvamos e agradecemos os projetos comuns, parcerias, partilhas e socialização dos dons e dos bens, em vista da missão e da evangelização. Que vocês ajudem a Igreja a manter aceso o fogo e o ardor missionários. E que vocês cultivem, cada vez mais, o amor a Jesus, apaixonados por Ele, fortalecidos pelos sagrados alimentos da eucaristia e do Evangelho da vida.
10. Enfim, profundamente agradecidos por vocês serem o que são, independentemente do que vocês fazem. Agradecemos igualmente a vocês o dom da vida doada e consagrada, com os olhos fixos em Jesus Cristo. Que vocês nos ajudem a crer que nossa pátria é o céu e que, portanto, ninguém viva, aqui na terra, como se aqui tivesse morada permanente.
Que o Divino Espírito Santo, doador dos dons e carismas e mantenedor dos serviços e ministérios, continue soprando novos e fortes ventos para despertar e suscitar novas, boas e santas vocações à vida consagrada, para o bem da Igreja e da humanidade.
Deus abençoe a vocês todos e todas, derramando chuvas de vida e de graça e fecundando os jardins de suas existências.
“Amo a todos vocês no Cristo Jesus” (1Cor 16,24).
Com minha bênção,
Dom Pedro Brito Guimarães,
Arcebispo de Palmas e
Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

Retiro Vocacional

Aconteceu neste domingo, 19, um retiro com  temáticas vocacionais no Seminário Maior São João Maria Vianney. Adolescentes da Paróquia São Francisco Xavier de Apucarana tiveram palestras com catequistas, representantes da pastoral familiar, integrantes do SAV de Apucarana, leigos, seminaristas etc.
A animação do encontro ficou por conta de um grupo da paróquia São Francisco Xavier. A missa de encerramento foi presidida pelo Padre Emerson, assessor do SAV da Diocese.
Seguem-se algumas fotos do Encontro!