domingo, 31 de julho de 2011

A fé e a vocação

Não esqueçam nunca que a sua vocação é um ato de fé. Fé no triunfo da sua vida, fé que vocês não serão fraudados naquilo que vocês entregaram. Vocês não renunciaram a vida, nem ao amor: mas descobriram uma medida superior de vida e amor: Cristo, com os seus mistérios, lutas e dores. Tudo isso é humano e Deus não nos desumaniza quando nos chama, desumanizados não lhe interessamos. O mistério formoso da vossa vida é esta cruz que forma o encontro entre o humano e o divino em vocês. Não peçam descanso, quando Cristo lhes pede e lhes chama para que subam o ápice; não peçam paz, quando Cristo lhes pede estar em ato de entrega e luta constante.

FORÇA JOVEM , CRISTO CONTA COM VOCÊ!

sábado, 30 de julho de 2011

PERIGO PARA OS JOVENS, A POBREZA DE AMOR



Mensagem do Papa no quinto centenário dos padres somascos

CASTEL GANDOLFO, sexta-feira, 29 de julho de 2011 (ZENIT.org) – Faltando alguns dias para a Jornada Mundial da Juventude de Madri, Bento XVI encorajou os jovens a abandonar algumas pobrezas que os assolam, começando pela falta de amor.
"É necessário – ressalta o Papa em uma carta – que o crescimento das novas gerações seja alimentado não só por noções culturais e técnicas, mas sobretudo pelo amor, que supera o individualismo e o egoísmo, e permite prestar atenção às necessidades de todo irmão e irmã.” 
Por esta razão, o Santo Padre chama a "se preocupar com toda pobreza de nossos jovens, moral, física, existencial e, acima de tudo, a pobreza de amor, a raiz de todo problema sério humano".
Este é o conselho que o pontífice deixa na carta enviada ao superior geral dos religiosos somascos, com ocasião do Ano Jubilar convocado pela Ordem no quinto centenário da libertação milagrosa de seu fundador, São Jerônimo Emiliani (1486-1537), da prisão.
A carta apresenta o exemplo do jovem soldado Jerônimo, cuja vida mudou na noite de 27 de setembro de 1511, depois de ter sido feito prisioneiro na guerra entre a República de Veneza e os Estados da Liga de Cambrai.
Depois de fazer um voto de mudança de vida para a Virgem, recuperou a liberdade de uma forma inexplicável.
"Impelido por vicissitudes familiares – ele tinha se tornado guardião de todos os seus sobrinhos que ficaram órfãos –, Jerônimo amadureceu a ideia de que os jovens, especialmente os mais necessitados, não podem ser abandonados, mas que, para crescer, precisam de um requisito essencial: o amor”, explicou o Papa.
"Nele, o amor supera a sagacidade, e dado que era um amor que surgia da própria caridade de Deus, estava cheio de paciência e compreensão: atento, terno e disposto ao sacrifício, como o amor de uma mãe", escreve o bispo de Roma.
Os religiosos somascos, fundados por São Jerônimo como “companhia dos servos e dos pobres" até o ano de 1534, assumem o nome da cidade italiana onde nasceu e morreu seu fundador, Somasca. Eles se dedicam, em particular, à educação cristã da juventude.
Os Somascos contam com 463 religiosos, dos quais 338 são sacerdotes, espalhados pela Europa, América e Ásia.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Testemunho Vocacional

Fonte: sav.org.br


É natural que, adolescentes e jovens em certo momento se perguntem: “Que buscarei para minha vida futura? Que ideais e porque caminhos me convem ir?” Além de investigar nos livros de estudos, certamente muitos deles observam as pessoas concretas como exemplos possíveis de ser imitadas.

A respeito, uma das passagens bíblicas que me impressionam por seu realismo e espontaneidad começa com uma pergunta, segue com um convite e uma breve convivencia. Expressa uma pedagogia eficaz, que respeita profundamente a liberdade de quem procura recorrer seu propio caminho.

- “Que buscais?”, pergunta Jesus a dois jovens, perto do rio Jordão.
O que se le em seguida se pode denominar, com razão, uma “aula de mestre”.

Os jovens de hoje querem saber como vivem os “mestres”, tem interesse em particularidades das pessoas que lhes produzem admiração. No meio desta curiosidade, há uma busca da realidade mesma (coerencia, verdade, sinceridade) do “ídolo” que supera as aparências.

A satisfação de busca destes jovens é mais completa quando o que é “desvelado” o é de maneira personalizada, sem artificios. Justo aí, ocorrem excelentes provas vocacionais: os jovens, que ja nao suportam farisaísmos, sao capazes de rechaçar ou abraçar para sí mesmos este ou aquele modo de vida.

Deus é quem chama e constitui seus ministros para a evangelizaçao e a cura de almas na Igreja. É também claro que “os sinos dos projetos terrenos” são muito forte nos ouvídos dos batizados, obstruindo ou obnubilando muitas vezes a “vox Dei” que está na brisa mansa (1Rs 19,12). Os espaços sociais carecem de silencio, de meditaçao e “sintonía” para escutar o chamado divino; ao menos falta o silêncio interior. Porém Ele, como dono da Vinha, não a abandonará sem operários, Sua generosidade no chamamento se manifesta de múltiplas formas.

No processo de resposta à vocação ministerial não é estranha a presença de um mestre que, muito de perto, é como uma seta indicando a meta. Josué teve a Moisés como mestre, Samuel a Heli, Timoteo a Paulo… e assim por diante. O papa Paulo VI dice que o mundo moderno ouve mais às testemunhas que aos pregadores (E.N). Joáo Paulo II reafirma a importância desse testemunho (PDV. 39), e é este o tema da mensagem de Bento XVI para o dia do Bom Pastor.

Eu tive a graça de contar com uma pessoa equilibrada, simples e orante em meus primeiros passos vocacionais. Ainda adolescente, me dispus a acompanhar-lhe algumas vezes em seus trabalhos de assistência às comunidades. Nestas oportunidades, mais que por suas palavras, me fez ver sua fidelidade e dedicação às pessoas sem esperar nada em troca, sempre disponivel a ouvir e orientar sem arrogancia, sem pressa, sem elucubraçoes… O referido sacerdote, ordenado por Joao Paulo II em 1980, nao sabe o bem que me fez em seus “silencios”, em suas aulas “prácticas”.

Em minhas atividades pastorais como seminarista sempre falei da vocaçao sacerdotal; como reitor do Seminário Menor procurei acompanhar aos vocacionados através de visitas às suas familias, colegios e paróquias. Hoje -suponho- haverá algum deles (sacerdotes) para o qual aquelas visitas terao tido un significado positivo em sua decisao, mais que minhas palavras.

Evidentemente há muitos modos de chamamento ao sacerdocio ministerial, mas este processo, por assim dizer, “personalizado”, é evidente nas Sagradas Escrituras, e um dos mais eficazes na Historia da Igreja, até o dia de hoje. Se há sacerdotes que nao vivem sua vocaçao, muitos mais sao os que a vivem com intensidade de amor indiviso.

Creio que, nós sacerdotes, nao devemos aparecer como uns “desencarnados” da realidade, angélicos ou artistas: fizemos uma opçao pela qual entregamos a vida, sem temer a transparencia de nossa humanidade, de nossos sentimentos, hábitos e limitaçoes. Em tudo isto também haverá sinais de nossa configuraçao com Jesus Cristo a quem seguimos. O fundamental é que nao nos falte amor e doaçao sincera ao que elegimos como ocupaçao neste mundo (Rm 8,35).

Entao, queremos apresentar nossa “casa” aos jovens que perguntam: “Onde vives?”. Abrimos nossa porta para que vejam de perto em que consiste o “misterio” que envolve nosso “ministerio”: estar no mundo sem ser do mundo. Que descubram eles mesmos a fonte de nossa alegria. Ao menor gesto de interesse, queremos dizer-lhes: “Vinde e vereis”.

Deixaremos que falem nossas açoes, nao nos distanciaremos; nossa vocaçao nao é de “Mito”: em algum momento e sempre, o simulacro desaparece, e fica o que é. Na convivencia com um ou outro jovem, ja nao seremos nós quem falaremos e sim Aquele em quem procuramos nos configurar. E, se algo em nós, mui humano e pouco divino, aparecer nesta aula prática nao será motivo de susto para quem também viveu a circunstancia da debilidade. Nao lhes passará despercebido nosso empenho na “messe” e, sobretudo, o encantamento que dedicamos ao Senhor. E além disso, o Espírito Santo –protagonista maior- fecundará a boa semente nos jovens que buscam definir suas futuras ocupaçoes.

(Pe. Crésio Rodrigues / Direito Canónico em Pamplona-España).

quinta-feira, 14 de julho de 2011

10 CONSELHOS DO PAPA AOS JOVENS!



1) Conversar com Deus
“Algum de vós poderia talvez identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: “Tinha perdido consciente e deliberadamente o costume de rezar”. Durante estes dias (de Jornada Mundial da Juventude) podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar”.
2) Contar-lhe as penas e alegrias
“Abri o vosso coração a Deus. Deixai-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o ‘direito de vos falar’ durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine com a sua luz a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração.
3) Não desconfiar de Cristo
“Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso ‘sim’ ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos hoje o que disse no princípio de meu pontificado: Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.

4) Estar alegres: querer ser santos
“Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um ‘alto grau’ da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria (…). A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente”.

5) Deus: tema de conversa com os amigos
“São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros”.

6) No Domingo, ir à Missa
“Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente”.
7) Demonstrar que Deus não é triste
“Quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não”.
8) Conhecer a fé
“Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em consequência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura”.
9) Ajudar: ser útil
“Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes”.

10) Ler a Bíblia
“O segredo para ter um ‘coração que entenda’ é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir.Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: ‘O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo’”.

Fonte: Canção Nova

sábado, 9 de julho de 2011

Vigilantes e em Oração!



Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26,41)

 Essas palavras foram dirigidas por Jesus a Pedro, Tiago e João, durante sua agonia no Getsêmani, ao vê-los dominados pelo sono. Ele tinha levado consigo esses três apóstolos – os mesmos que haviam testemunhado sua transfiguração no monte Tabor – para que ficassem ao seu lado, naquele momento tão difícil, e se preparassem com Ele pela oração, pois o que estava para acontecer seria uma terrível provação também para eles.

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

Mais do que uma recomendação de Jesus aos discípulos, é preciso entender essas palavras – à luz das cir-cunstâncias em que são pronunciadas – como um reflexo de seu estado de espírito, ou seja, de como Ele se prepara para a provação. Diante da paixão iminente, Ele reza com todas as forças de seu espírito, luta contra o medo e o pavor da morte, lança-se no amor do Pai para ser fiel até o fim à sua vontade, e ajuda seus apóstolos a fazerem o mesmo.
Aqui Jesus revela-se como o modelo para quem precisa enfrentar uma provação e, ao mesmo tempo, como o irmão que se coloca ao nosso lado naquele momento difícil.

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

A exortação à vigilância aparece com frequência nos lábios de Jesus. Para Ele vigiar significa jamais se dei-xar vencer pelo “sono espiritual”, estar sempre pronto a acolher a vontade de Deus, saber captar os sinais dela na vida de cada dia e, sobretudo, saber interpretar as dificuldades e os sofrimentos à luz do amor de Deus.
Mas a vigilância é inseparável da oração, pois a oração é indispensável para vencer a provação. A fragilida-de conatural ao homem (“a fraqueza da carne”) pode ser superada pela força que vem do Espírito.

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

Como podemos, então, viver a Palavra de Vida deste mês?
Também nós devemos prever, em nosso programa, o encontro com as provações, as pequenas ou as gran-des que enfrentamos todos os dias. Podem ser provações normais ou provações clássicas, com as quais, cedo ou tarde, quem é cristão, não pode deixar de deparar-se. Ora, a primeira condição para superar a provação, qualquer provação – alerta Jesus –, é a vigilância. Trata-se de saber discernir, de perceber, que são provações permitidas por Deus, não certamente para nos desencorajar, mas para que, ao superá-las, amadureçamos espiritualmente.

Ao mesmo tempo, devemos rezar. A oração é necessária, porque as tentações às quais estamos mais ex-postos nesses momentos são de dois tipos: por um lado, a presunção de conseguirmos superar sozinhos a provação; por outro, o sentimento oposto, ou seja, o temor de não sermos capazes de superá-la, como se ela fosse superior às nossas forças. No entanto, Jesus nos garante que o Pai celeste não nos deixará faltar a força do Espírito Santo, se estivermos vigilantes e se lhe pedirmos essa força com fé.

Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em abril de 1990

Chiara Lubich