quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Oração a Jesus Sacramentado


Senhor meu Jesus Cristo, que, por amor aos 
homens, ficais dia e noite neste Sacramento,
todo cheio de misericórdia e amor, esperando, chamando e acolhendo todos os que vêm visitar-Vos, eu creio que estais presente no Sacramento do altar. Adoro-Vos do abismo do meu nada e agradeço-Vos todas as graças que me tendes feito, especialmente a de Vos terdes dado
a mim neste Sacramento, a de me haverdes concedido por advogada Maria, vossa Mãe Santíssima, e finalmente, a de me haverdes chamado a visitar-Vos nesta igreja.

Saúdo hoje o vosso Coração amantíssimo e quero saudá-lo por três fins: primeiro, em agradecimento pelo grande dom de Vós mesmo; segundo, em reparação das injúrias que tendes recebido, neste Sacramento, de todos os vossos inimigos; terceiro, com a intenção de Vos adorar,
por esta visita, em todos os lugares da Terra onde Vós, neste divino Sacramento, estais menos reverenciado e mais abandonado.

Meu Jesus, amo-Vos de todo o meu coração. 
Arrependendo- me de, no passado, ter ofendido
tantas vezes a vossa bondade infinita. Proponho, com a vossa graça, não mais Vos ofender no futuro. E nesta hora, embora miserável como sou, eu me consagro todo a Vós e Vos dou e entrego a minha vontade, os meus afetos, os meus desejos e tudo o que me pertence. Daqui em diante fazei de mim, e de tudo o que é meu, o que Vos aprouver. Somente Vos peço e quero o vosso santo amor, a perseverança final e o perfeito cumprimento da vossa vontade.

Recomendo-Vos as almas do Purgatório, especialmente as mais devotas do Santíssimo Sacramento e da Santíssima Virgem Maria. Recomendo-Vos também todos os pobres pecadores. Enfim, meu amado Salvador,
uno todos os meus afetos aos afetos do vosso Coração amantíssimo e, assim unidos, eu os ofereço a vosso Eterno Pai, pedindo-Lhe, em Vosso nome e por vosso amor, que Se digne de os aceitar e atender. Assim seja.





Santo Afonso Maria de Ligório - Oração para antes

da Visita ao Santíssimo Sacramento

sábado, 19 de novembro de 2011

Animador Vocacional : Somente tu...


A fé do animador vocacional nunca deve se abater diante do reduzido número de vocacionados, pois Deus chama quem ele quer e o segue quem de fato se compromete com Cristo



Encontramo-nos em uma grande paróquia, no começo da missa de domingo, com o padre já no altar e com a presença de vários fiéis. De repente entram na Igreja dois homens com roupa  escura, encapuzados, armados. Dois terroristas, talvez kamikazes, daqueles que não pensam duas vezes para explodir uma bomba e ao mesmo tempo serem jogados no ar com outras pessoas. Um dos dois começa a gritar: “Quem está disposto a receber uma bala por amor de Cristo? Afinal, quem acredita nele fique no lugar onde está. Os outros saiam da Igreja!”. Ninguém quer ouvir aquela proposta uma segunda vez. Devido ao pânico, a maior parte dos fiéis sai correndo. Daquele grande grupo de fiéis (?) permanecem na Igreja somente umas vinte pessoas crentes, cada um rezando para a sua alma. O homem que gritou, tira o capuz, olha para o padre imóvel no altar (talvez se tivesse sido possível ele também teria logo fugido) e diz: “Muito bem! Libertei o senhor de todos os hipócritas. Agora pode iniciar sua missa. Adeus”. E com muita calma os dois homens saem da Igreja. Inacreditável, não é? Mas a história, criada pela imaginação, quer somente fazer uma reflexão a respeito da hipocrisia de uma determinada maneira de crer, de participar da liturgia, da oração, do testemunho da própria fé e, talvez, do trabalho de um animador da juventude. Você, que está lendo, o que teria feito?

“Não quereis também vós partir?”

Talvez nem seria necessário construir mais uma historinha: o próprio Jesus, no evangelho, não ficou com medo de encontrar- se sozinho, com poucos seguidores. Aliás, quando fez aquele discurso estranho a respeito do pão da vida, e viu muitos dos seus discípulos o abandonarem, com um tom perigosamente provocatório desafiou Pedro e os demais apóstolos a irem também eles embora. Pois bem, nos dias atuais ninguém nos mataria com uma bala porque acreditamos em Cristo - pelo menos em nossa sociedade ocidental. Mas é esta a perseguição sutil e rastejante dos nossos dias: a sensação, algo até desesperador, de sermos poucos e insignificantes, como se fôssemos impotentes diante de uma cultura que nos contraria. E assim surge a tentação da incoerência: diminuir os questionamentos e a responsabilidade, gostar da opressão.  Com certeza, Jesus não fez isso. 

“A quem iremos?”

Um animador vocacional  interpreta os dois papéis: é como um mestre (com seus  vocacionados) e, ao mesmo tempo, é um discípulo (em relação a Jesus). Se quiser fazer bem o primeiro papel, deve fazer bem também o segundo, isto é, ser um bom discípulo. Assim como foi Pedro. Ele  decidiu seguir o Mestre, não porque “compreendeu” o discurso a respeito do pão da vida, e nem porque Jesus multiplicou os pães, mas porque esse Mestre é único. Ao invés dele acolher a ambígua, mas atraente, aclamação do povo saciado, começa a dizer coisas difíceis e duras, que tornam possível aquele questionamento. Jesus não é como outros mestres, que fazem milagres
sensacionais junto aos seus (para ter audiência) e depois pronunciam palavras banais e sem valor, sem nenhum apego à vida eterna, sem o respiro do mistério, sem a força de acabar com a hipocrisia. No Mestre Jesus há algo diferente e novo, que satisfaz e inquieta, que doa e pede o máximo. E Pedro, o pescador, entende que somente seguindo esse homem poderá descobrir e realizar a si mesmo. Não sabe como, mas percebe que é desta forma... 

“Somente tu tens palavras de vida eterna...”

Como é bela a expressão: “Somente tu”! Significa a unicidade e a singularidade absoluta do Verbo feito homem. Somente Jesus - é a intuição de Pedro -, poderá dizer a verdade e manifestar o mistério.  Não é a única vez no evangelho que aparece esta expressão em seu significado mais profundo. No episódio dos guardas que foram enviados para capturar Jesus, eles ficaram encantados, ouvindo-o, porque, como afirmaram: “Nunca alguém falou como esse homem” (Jo 7,46). Também neste caso notamos tratar-se de pessoas simples, mas que sabem captar de imediato a palavra que responde às exigências profundas do coração humano.
Jesus encanta com suas palavras de vida eterna, não porque fala da vida futura, mas porque o que ele diz nasce do amor e contém vida. E um ato de amor verdadeiro, de  fato, é para sempre, dura eternamente. Dizer a uma pessoa: “Eu te quero bem”, é como lhe dizer: “Não vais morrer”. É palavra de vida eterna! Palavra forte, definitiva, que fixa a dignidade do “tu” de modo irrevogável e torna inútil cada referência aos outros, a outras palavras, a outros messias. Assim “fala” Jesus. E por isso a pessoa o segue, devido a essa sede de eternidade satisfeita. E se o Cristo é experimentado como o único que possui as palavras de vida, então o seguimento comporta uma certa solidão. É como duas solidões, em parâmetros diferentes, que se procuram, criando um relacionamento mais forte do que a morte. 

“...e nós acreditamos”

A fé possui uma dimensão naturalmente comunitária, mas é um gesto e uma decisão da pessoa em particular. Esta é a fé que se deve compartilhar e fazer crescer em cada um dos vocacionados e vocacionadas. Assim nasce o grupo, não o contrário, mesmo sabendo que a participação grupal pode ajudar o caminho da pessoa particular que crê. É importante prestar atenção para que o grupo paroquial não viva em função das necessidades psicológicas de seus membros. Uma espécie de grupo “pronto socorro psicológico”, no qual cada um deve necessariamente agradar ao outro, e onde alguns “corações solitários” parecem estar
em perene procura da alma gêmea (isto é, de si mesmo, na realidade). Ou o grupo paroquial se transforme em um mix, ou seja, um ponto de encontro (agradável aos pais) entre a danceteria e a sombra da igreja, onde a diversão evita determinados excessos... A fé não pode tornar-se um calmante para jovens de famílias tradicionais, e nem o grupo virar uma manada em que se perde a individualidade e a coragem de escolher, no qual uma pessoa pensa por todos e ninguém mais corre o risco de acreditar. Onde todos fugiriam diante da perspectiva do martírio, ou do testemunho radical e forte frente a uma cultura hostil. Então, o animador da juventude deve ter a coragem de derrubar a hipocrisia, como os dois homens encapuzados da historinha relatada no início do texto, mas sem nenhuma máscara, pelo contrário, mostrando no rosto a alegria de quem segue a Jesus Cristo, o único que tem palavras de vida, da vida plena e para sempre! Mesmo quando há um preço a ser pago, que não será nunca totalmente quitado... 

Revista Rogate—Junho/Julho de 2010. pp.30


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DESPERTAR UMA CULTURA VOCACIONAL NAS PARÓQUIAS





Chamado para servir - Desperte uma Cultura Vocacional nas paróquias

POR PE. GERALDO TADEU FURTADO, RCJ
Quando falamos do “Serviço de Animação Vocacional”, ou propriamente na “Pastoral Vocacional”, pensamos imediatamente em “Promoção Vocacional” e isto nos faz erroneamente pensar que a Animação Vocacional se reduz ao serviço de promover as vocações específicas: “sacerdotais, religiosas e missionárias”. O trabalho vocacional é mais amplo e exigente, pois indica que se deve percorrer um longo itinerário vocacional que começa no batismo de todo cristão, e que a primeira vocação da qual somos chamados é a vocação à vida.
Toda vocação nasce a partir do batismo, como já afirmavam as reflexões do 2º Ano Vocacional do Brasil (2003). Se é verdade que toda vocação nasce do batismo, ela deveria ser cultivada no seio da família e da comunidade eclesial, que tem a missão de ajudá-la na confirmação dos sacramentos. Isto exige cultivo, terreno fértil, oração da família e da comunidade, de modo que todas as vocações encontrem seu lugar e missão. Refiro-me às vocações específicas ao ministério ordenado e à vida consagrada, bem como às vocações laicais do matrimônio e dos vários serviços e ministérios a serviço da vida e da missão. Pelo batismo somos chamados como “discípulos e missionários de Jesus Cristo em favor da vida”, já nos recordou a Conferência de Aparecida.
É bom lembrar que antes do Concílio Vaticano II a animação vocacional estava reduzida à “Obra das Vocações Sacerdotais”. Tudo girava em torno da figura do padre. Após o concílio, com a redescoberta do conceito “Povo de Deus”, o significado da vocação foi melhor compreendido. Passou se criar uma consciência vocacional, embora tenhamos um longo caminho para percorrer e somos interpelados por Deus.
Na Exortação Apostólica “Pastores Dabo Vobis” (cf. PDV, 34), de João Paulo II, lemos: “o cuidado que a Igreja deve ter com as vocações não é uma simples parte de uma pastoral global, mas uma dimensão conatural e essencial de toda a evangelização”. João Paulo II, no início do Terceiro Milênio, volta a surpreender afirmando que a Igreja não deve apenas promover e animar as vocações para o presbiterato, mas deve motivar e incentivar cada uma, ou seja, todas as vocações (cf. NMI, 46).
Neste sentido a animação vocacional é um dever de toda a comunidade cristã, a qual, pelo testemunho de uma vida plenamente cristã, se torna mediadora da vocação divina (cf. OT, 2). Dentro desta perspectiva, a paróquia, e todas as comunidades que a ela estão ligadas, deve se comprometer com o serviço de animação vocacional, mesmo que haja uma Equipe Vocacional Paroquial (EVP), ou Pastoral Vocacional, responsável. Na animação vocacional deverão estar presentes todas as pessoas da comunidade, considerando o fato que a Igreja é “mysterium vocationis”, ou seja, Povo de Deus convocado e reunido pela Trindade (cf. PDV, 34).
A animação vocacional procura incentivar a ação de toda a Igreja, de toda a comunidade e de suas pastorais e movimentos afins, no sentido de mediar o chamamento divino dirigido a todas as pessoas.
Na maioria das paróquias a animação vocacional está restrita apenas a alguns momentos fortes. Para se criar uma consciência vocacional temos que desenvolver uma atividade vocacional permanente. Por isso é grande a urgência “que se difunda e se radique a convicção de que todos os membros da Igreja, sem exceção, tem a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações” (cf. PDV, 41).
Quando o pároco se torna o primeiro animador vocacional a paróquia passa a redescobrir o valor de se despertar e cultivar uma “cultura vocacional”.
Portanto, uma paróquia toda “vocacionalizada” será uma paróquia onde as pessoas terão o prazer de participar na alegria e colaborar com entusiasmo nos vários serviços e ministérios. Uma pastoral que sente-se vocacionalizada é uma pastoral que age por convicção e fé de que foi chamada para o serviço na Igreja e não simplesmente para ocupar mais um espaço. Uma pastoral, ou movimento eclesial, que tem a consciência vocacional do chamado divino gera testemunho de vida, amplia a ação pastoral, atrai e cultiva as vocações específicas para o sacerdócio presbiteral e para a vida consagrada, sem mencionar a qualidade da participação dos fiéis nas celebrações e eventos programados no âmbito paroquial.
Lembremos que um dos méritos do Concílio Vaticano II foi pensar a Igreja a partir de uma nova eclesiologia, dando assim suporte a uma ação de maior comunhão e de maior participação de todas as pessoas batizadas. Somos frutos do Concílio Vaticano II, somos a “Igreja, Povo de Deus, a serviço da vida” (cf. tema do 2º Congresso Vocacional do Brasil).
Fazer animação vocacional na paróquia supõe, antes de mais nada, uma conscientização vocacional de que todas as pastorais e movimentos são chamados a despertar uma “Cultura Vocacional”, a qual podemos denominar de “vocacionalização” das pastorais e movimentos. As paróquias que estão investindo neste campo colherão seus frutos: adolescentes e jovens que optam pela orientação vocacional são acompanhados pela Pastoral Vocacional e, destes, alguns poderão ingressar nos seminários e casas religiosas, outros bem orientados vocacionalmente buscarão a vocação do matrimônio, permanecendo engajados na comunidade e fazendo da paróquia o lugar da comunhão e da partilha.
Relaciono a seguir dez dicas vocacionais para os párocos e suas paróquias:

Ter presente uma questão eclesial: Que tipo de paróquia queremos no século XXI?
Trabalhar para que o Serviço de Animação Vocacional (SAV) não seja mais uma “pastoral setorial”, mas a coluna vertebral de toda a paróquia.
Criar uma Equipe Vocacional Paroquial (EVP) – Pastoral Vocacional.
Empenhar-se com todas as forças para uma “consciência vocacional” em todas as pastorais e movimentos.
Aprofundar o conceito teológico de vocação, avaliando sempre que tipo de teologia e de espiritualidade sustenta a prática das pastorais e movimentos na paróquia.
Estar em sintonia com a mentalidade dos jovens para transmitir a mensagem vocacional. Realizar um esforço neste sentido e ir até eles (cf. desafios das “novas praças vocacionais” – cf. Documento final do 2º Congresso Vocacional do Brasil – estudos da CNBB 90).
Empenhar-se na conscientização da vocação da família através das visitas familiares e atividades afins – motivar o trabalho da Pastoral Familiar.
Interação entre a Pastoral Vocacional e as outras pastorais, especialmente: Pastoral da Juventude, Pastoral Familiar, Pastoral Catequética e Pastoral Litúrgica.
Acolher os jovens vocacionados. Muitos serão frutos destas pastorais. Levar a sério o “Itinerário Vocacional” até o ingresso em um seminário ou casa de formação.


Pe. Geraldo Tadeu Furtado, RCJ
é religioso da Congregação dos Rogacionistas,
diretor secretário do Instituto de Pastoral Vocacional (IPV),
responsável do núcleo de assessorias do Centro Rogate do Brasil
e ministra cursos e retiros espirituais na ótica vocacional.
Contato:
assessoria@rogate.org.br
www.rogate.org.br
(*) Obs.: Este conteúdo foi publicado na edição 15 da
“Revista Paróquias e Casas Religiosas” (novembro e dezembro/2008)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Semáforos interiores


 O coração humano é um grande sinaleiro
Um dos sinais de trânsito mais conhecidos é o semáforo. Este sinalizador é de fundamental importância para a segurança dos pedestres e dos motoristas. Desobedecê-lo é colocar em risco a própria vida e também a de outras pessoas. Muitos já desobedeceram ao que o semáforo indicava e o resultado não foi bom. Ou foram vítimas de um acidente ou então receberam uma multa.

Segundo o Código Nacional de Trânsito, avançar um sinal vermelho é uma violação gravíssima às normas impostas. O motorista que comete tal falta perde sete pontos em sua carteira de habilitação. Diante de tal gravidade que pode ocorrer quando o sinal está vermelho, melhor será para o condutor do veículo obedecer.

No entanto, sabemos que nem todos os motoristas e pedestres respeitam os sinais de um semáforo. Diante da imprudência de tal atitude o resultado nem sempre é positivo. Muitos já perderam a vida e outros tantos a roubaram de seus semelhantes. Atitudes inconsequentes têm resultados trágicos.

O coração humano é um grande semáforo. Ele nos indica qual a postura que devemos ter diante das mais variadas situações da vida. Porém, é preciso reconhecer as cores que nos indicam o que devemos fazer diante das encruzilhadas de nossas opções!

Sinal vermelho do semáforo do nosso coração indica que é tempo de parar. A pressa em chegar pode nos fazer provar o amargo das emoções que ainda estão verdes. Ultrapassar o sinal vermelho é arriscado e perigoso. Podemos causar acidentes que deixarão graves sequelas no coração de quem não era culpado.

Respeitar o pedestre é sempre prioridade nas leis de trânsito. Nas leis do coração a mesma atitude é fundamental. Respeitar aqueles que cruzam as esquinas de nossa alma e caminham lado a lado conosco é atitude de um cristão consciente!

Sinal amarelo é sempre de atenção. Olhar para os dois lados da vida e ver qual deles nos oferece mais segurança! Parar e observar se a nossa pressa não poderá ser interrompida por alguém que vem em alta velocidade e ainda não aprendeu a respeitar os semáforos de nosso coração é imprescindível. Buscar a segurança necessária para que não sejamos vítimas de nossos próprios descuidos é cuidar com atenção de nosso coração.

A esperança é verde. Quando o semáforo de nossa alma nos indicar que podemos seguir em frente não hesitemos. Com segurança poderemos trilhar os mais belos caminhos e descobrir as mais lindas paisagens escondidas nas curvas de nossa alma.

Há muitos corações congestionados com sentimentos confusos. Há ainda semáforos queimados que precisam ser trocados. Um semáforo que não serve para nos indicar com segurança o nosso caminho se torna sucata. Jesus é o grande Semáforo da nossa vida. Ele nos indica qual é o melhor caminho que devemos seguir.

Nem sempre o verde da esperança estará nos indicando que podemos seguir em segurança. O vermelho do proibido, muitas vezes, vai salvar nossa vida de tristes acidentes emocionais. A atenção do amarelo vai nos garantir que precisamos parar e olhar para a vida com mais cuidado.

Para a pecadora arrependida o vermelho da hora de parar foi aceso. O jovem rico recebeu o sinal amarelo da atenção: era preciso parar e rever as escolhas que estava fazendo. Judas estava com o semáforo de seus sentimentos quebrado. Não havia prestado atenção que o sinal amarelo indicava o vermelho que iria chegar. Não olhou e foi atropelado pelos próprios erros. Maria Madalena descobriu em uma manhã de ressurreição o sinal verde de novas possibilidades.

Nos semáforos do coração encontramos a segurança necessária para caminharmos pela vida de mãos dadas com um tempo novo. Jesus nos dá sinais de trânsito livre e seguro no cotidiano dos congestionamentos de nossa alma.



Padre Flávio Sobreiro 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Dinâmica: A Viagem

 
 
 
 
 
Objetivo:
Definir as prioridades pessoais.
Material:
Papel e caneta para cada integrante.
Desenvolvimento:
O coordenador pede para que cada pessoa escreva cinco sonhos pessoais de cada um. E começa a dizer: Lembrando que esse sonhos serão nossa bagagem de uma viagem muito especial, a viagem da nossa vida, iremos para outro país, numa longa jornada.
Com nossos sonhos em mãos e saindo de casa temos nossa primeira dificuldade, nem todos os nosso sonhos cabem no carro que vai nos levar, assim temos que abandonar um. Qual deles seria? 
Seguindo viagem, nosso carro quebra e temos que seguir a pé, mas devido ao peso das nossas bagagens temos que deixar outra de lado, ficando somente com três. Qual sonho foi abandonado? 
Em nossa caminhada nos deparamos com um cachorro que começa a corre atrás de nós para nos atacar, e para podermos escapar de uma mordida temos que deixar outro sonho, ficando com dois sonhos. Qual sonho ficou para trás? 
Após um caminho tortuoso até a entrada no outro país, encontamos uma alfândega onde somos barrados e temos que seguir somente com uma mala, qual sonho deixamos? Qual o nosso maior sonho que nunca abandonamos? 
Para o plenário: 
O carro cheio representa a nossa família e ou amigos que nos fazem desistir de alguns sonhos. O peso das malas representa o tempo no qual tentamos realizar esse sonho que pelo cansaço desistimos. O cachorro tem conotação de perseguição, assim como Jesus disse que seus discípulos seriam perseguidos, isso é uma purificação e finalmente a alfandega que significa a porta dos céus, nossa última passagem antes de assumir um único sonho para nossa vida inteira. 
Qual hora foi mais difícil para abandonar um sonho? 
O que me motiva durante as dificuldades? 
Que retribuição devo esprear se seguir corretamente todos os meus passos nesta viagem? 
qual a retribuição que Deus deu para mim?
 
Fonte: Pastoral Vocacional

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Perseverança, a medida certa


A esperança é a seiva motriz da vida


Uma maneira concreta de extrair a vida de alguém é roubar os sonhos que lhe são próprios. Nossos sonhos e esperanças são a força que faz a vida desabrochar dentro de nós. É triste, mas infelizmente real, nos encontrarmos contemporaneamente com muitas pessoas que já deixaram de sonhar e de acreditar que a vida pode ser melhor, que o sonho pode se encarnar e que a esperança pode florescer.

Não é custoso perceber que, na maioria das vezes, as frustrações acontecem porque se espera por coisas que não deveriam ser buscadas (esperadas). Confia-se em promessas irreais e, por fim, acaba não existindo uma concreta perseverança naquilo que é essencial e que deveria realmente ser buscado.
Existem muitos que apostam “tudo” em ilusões e em relacionamentos desleais (impossíveis), pautando a vida em realidades sem um fundamento que possa, verdadeiramente, saciar a ausência presente na vida e no coração.

A esperança é, sem dúvida alguma, a seiva motriz da vida. Porém, é preciso esperar bem, aprendendo a escolher sabiamente em quem esperar, para que assim a perseverança e a luta pelo que se sonha sejam possíveis e, esse sonho possa verdadeiramente assumir cores de realidade.
Quando se luta por sonhos ancorados em um fundamento além de nós mesmos, em que as esperanças se prendem a elementos de eternidade e se construam sob a lógica do amor, a vida começa, de fato, a ter e a ser sentido.

É preciso sonhar bem com realidades nas quais não esteja em jogo somente a “minha” (egoísta) felicidade. No ato de sonhar precisam estar contidas realizações que despertem, também em outros, a vontade de sonhar.

Enfim, detectada a veracidade e a consistência de nossa esperança (sonho), é necessário que nos lancemos no universo da perseverança, para que assim possamos construir o que buscamos, e isso a partir de nossa luta e persistência. Isso mesmo: persistência. É preciso perseguirmos nossos ideais sem nos determos nos “encantos” do caminho.

Existem muitos sonhos que o próprio Criador compôs dentro de nós. Esses são sempre possíveis e reais e necessitam de nossa perseverança para se concretizarem.
Quando o desânimo e o cansaço, sintomas próprios do caminhar, fizerem morada dentro de nós, precisaremos reagir aos mesmos ,munidos da força da perseverança e do espírito de luta, pois a perseverança é sempre a medida certa para grandes realizações.

Sem perseverança e persistência não poderá haver uma real vitória. Sem uma luta persistente, nosso sonho continuará apenas sonho. São nossas iniciativas – aliadas a um Amor maior – que os poderão trazer, com intensidade, ao protagonismo da realidade (da nossa vida).
Mesmo quando nosso sonho parecer cair por terra, faz-se necessário continuar crendo e perseverando, cientes de que toda vitória é precedida por algumas quedas e por uma concreta “não desistência”.

Independentemente do quanto já foi percorrido ou ainda falta caminhar, necessário e bom é prosseguir perseguindo a meta, não deixando de acreditar diante dos insucessos e sabendo que a perseverança é a medida certa para toda e qualquer vitória.

Não desista de seus sonhos e lute, lute sempre, pois, a vida reserva belas surpresas para aqueles que não desistem dela.

Coragem!

                                                                                                                        Pe. Adriano Zandoná

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Conversando sobre Equipe Vocacional Paroquial


Antes de falar do que seja uma Equipe Vocacional é importante ter presente duas afirmações: “O dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade dos fiéis” (OT 2, PDV 41); a “Igreja, que por nata constituição é ‘vocação’, é geradora e educadora de vocações” (PDV 35).
A preocupação, portanto, com as vocações é de responsabilidade de toda a comunidade cristã e, como já foi dito outras vezes, a Animação Vocacional é uma dimensão da pastoral diocesana. Mas, você deve concordar que quando um trabalho é de todos acaba não sendo de ninguém; é sempre necessária a presença de alguém que torne presente e viva a necessidade de se fazer isso ou aquilo. Também na questão vocacional não é diferente, ser animador(a) vocacional não é uma “obra do acaso”, é vocação! Portanto, alguns cristãos dentro da comunidade eclesial, sentem-se chamados(as), vocacionados(as), a serem voz do Deus que chama para ocuparem-se das vocações. Estes são os animadores(as) vocacionais, pessoas “chamadas para chamar”.
Se desejamos dar uma definição poderíamos dizer que a Equipe Vocacional Paroquial é composta por um grupo de cristãos que trabalham espiritual, formativa e materialmente por todas as vocações na comunidade eclesial.
Em uma Equipe Vocacional Paroquial (EVP) todos devem estar conscientes e ter clareza da motivação pela qual estão juntos: o amor e o trabalho pelas vocações. A clareza e a consciência são importantes, mas não bastam. Muitas vezes, encontramos animadores(as) vocacionais que fazem de tudo na comunidade eclesial menos animação vocacional. É necessário que o grupo tenha prazer não só em trabalhar junto, mas também em estar junto partilhando experiências, amizade, esperanças, sofrimentos, enfim, serem companheiros de estrada. Para isso, é necessário e importante “gastar” tempo com momentos e atividades que ajudem e facilitem a integração das pessoas com momentos de oração, visitas, celebrações de datas importantes para as pessoas, retiros, lazer e partilha de vida. 
Uma ressalva se faz muito importante: se paramos o processo de constituição e formação da equipe na dimensão antropológica, teremos um belo e ardoroso grupo para qualquer instância da sociedade, mas o objetivo é formar uma equipe consciente de pertencer a uma comunidade eclesial, por isso, o que qualificará este grupo virá exatamente da palavra cristão. Isso significa ter pessoas conscientes de sua vocação batismal, de serem discípulos-missionários de Jesus Cristo e pertencentes a uma comunidade eclesial. 
Você pode perguntar: “onde fica o amor e a consciência de ser chamado para trabalhar pelas vocações?”. Sua pergunta tem fundamento, porém, não devemos esquecer que o amor por algo ou alguém, muitas vezes, esta latente e pode ser despertado. Sendo assim, será o processo de formação e trabalho na equipe que irá despertando esse desejo e amor pela causa vocacional a ponto da pessoa “vestir a camisa da animação vocacional”. O importante é sempre chamar, outra regra de ouro da PV/SAV.
Outro elemento de nossa definição do que seja EVP é a consciência de pertença a uma Igreja local, ou seja, de comunhão com as demais estâncias evangelizadoras da paróquia como também da diocese. 
A EVP auxilia na organização e amadurecimento vocacional de toda a Igreja. Segundo pe. Valnei essa “Igreja deve ser sempre vista em seu caráter de totalidade, como um todo presente no mundo e não algo restrito ao território da paróquia em que habitamos. Sendo assim, não é possível pensar uma EVP fechada no espaço físico de sua paróquia, mas sim uma equipe aberta, que se relaciona com as demais paróquias, trocando experiência com as demais equipes vocacionais ou auxiliando na estruturação do serviço vocacional nas paróquias onde não existe esse apostolado. Isso acontece principalmente onde há uma Equipe Vocacional Diocesana organizada” .
Composição da equipe
- Sendo o pároco o primeiro responsável pela existência da EVP, isso irá requerer dele formação na área vocacional e a indicação de uma pessoa nomeada como animador vocacional que o auxilie na formação desta equipe. Mas, alguém que tenha, de preferência, “espírito de liderança, capacitado ou aberto à capacitação para o trabalho de animação vocacional, reconhecido oficialmente na comunidade para iniciar a estruturação de uma equipe vocacional” ;
- na medida do possível a equipe seja compostas por pessoas de diferentes opções vocacionais (casais, jovens, religiosas, solteiras, diáconos permanentes) e atuação pastoral (apostolado da oração, RCC, pastorais sociais, família, juventude, crisma, batismo, etc). A presença de pessoas que atuam em outras pastorais facilita o trabalho de integração do SAV, principalmente com as pastorais afins (jovens, catequese, família e crisma);
- também pode ser membro da equipe alguém que ainda não tenha nenhuma atuação pastoral, em geral são pessoas que têm mais disponibilidade e tempo;
- o número de membros pode variar dependendo da realidade da paróquia, às vezes, pode exigir a criação de uma equipe central pequena que anima, articula e coordena pequenas equipes vocacionais presentes nas comunidades ligadas a paróquia.
Organização interna
- que haja um tempo prévio de formação vocacional aos membros da equipe, de forma que estes possam ter o mínimo de clareza de sua função na equipe e na comunidade eclesial;
- seja criada uma pequena organização interna com a escolha de um coordenador, secretário e tesoureiro;
- é importante que a equipe tenha e mantenha atualizado seu livro ata. O livro ata ajuda manter viva a caminhada percorrida, podendo assim evitar atropelos como o contínuo recomeçar como se nada tivesse sido feito anteriormente;
- escolher um representante da equipe no Conselho de Pastoral Paroquial e outro para a Equipe Vocacional Diocesana, não sendo possível duas pessoas que seja a mesma pessoa, o importante é ser representado
- planejar e programar as atividades que serão desenvolvidas ao longo do ano, como também os momentos de avaliação que podem ser anuais ou semestrais;
- planejar as reuniões, formações e retiro da equipe;
- montar um calendário com: os aniversários de vida ou casamento dos membros da equipe; aniversário de ordenação do pároco ou profissão de alguma religiosa que atua na comunidade eclesial. Estes são momentos vocacionais importantes na vida das pessoas e uma equipe vocacional deve recordar e rezar por eles.
Critérios
Antes de apresentar alguns critérios gostaria de transcrever um alerta importante. “Se a composição da EVP não levar em conta certos critérios básicos, se correrá o risco de formar uma equipe vocacional contraditória, que muitas vezes se propõe fazer um serviço sem possuir maturidade suficiente para realizá-lo. Ter critérios na seleção de membros é um meio de organizar bem uma equipe e ao mesmo tempo evitar uma série de problemas para a Igreja. [...] O que indicamos como critério não é algo absoluto, mas são antes de tudo propostas [...] não pretendemos falar de critérios infalíveis e indispensáveis, mas apresentamos propostas que deverão ser avaliadas pela comunidade e comprovada sua aplicabilidade. Essa abertura para se verificar as possibilidades concretas da comunidade, no entanto, não pode ser pretexto para organizar uma equipe de qualquer forma com qualquer pessoa. Entre a não-existência de uma equipe e a existência de uma EVP desastrosa, a primeira opção muitas vezes é mais aceitável” .
• Personalidade: adulto que aprende com a vida a lidar a com seus erros e fracassos;
• Vida e prática de fé: é necessária adesão a Deus por meio do seguimento a Jesus Cristo, ou seja, ter feito a experiência do encontro pessoal com Ele;
• Cultivo da espiritualidade: Jesus é o centro de seu ser e agir;
• Consciência de ser mediador, um “instrumento” nas mãos de Deus: busca ser como Maria entregue nas mãos de Deus;
• Amor a Igreja e ao povo: amar significa, muitas vezes, ter a coragem de ser crítico;
• Coerência: acredita e ama sua vocação e as vocações;
• Pessoa com capacidade de escuta e diálogo;
• Comunicador: envia mensagens claras e objetivas;
• Disponibilidade: a PV/SAV requer tempo para as atividades, na medida do possível que não seja uma pessoa já bastante comprometida na comunidade cristã.


Ir. Clotilde Prates de Azevedo, ap

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

FORMAÇÃO DE ANIMADORES



QUAL É A TAREFA/OBJETIVO DO SAV?

A Igreja como continuadora de Jesus não poderá ser fiel à sua missão se não for ela animadora das vocações. “Em se tratando de animação vocacional, temos de ter ciência que toda Igreja deve ser animadora das vocações, pois animar as pessoas para um despertar vocacional não é algo secundário, mas sim uma dimensão prioritária e essencial de toda Igreja, ou seja, é missão da Igreja dar vida e sentido àqueles são chamados”. (João Paulo II, Pastores Dabo Vobis, nº 34) Ela tem como objetivos: despertar para a vocação humana, cristã e eclesial; discernir os sinais indicadores do chamado de Deus; cultivar os germes de vocação e acompanhar o processo de opção vocacional consciente e livre. Deve dar ênfase às vocações de especial consagração e, entre elas, a vocação a vida consagrada religiosa (o) e sacerdotal.
O papel do animador vocacional
Animar a ação - vem de anima = alma da ação.
O animador vocacional é, portanto aquela pessoa que desenvolve sua missão sempre em consonância com a Igreja, cultiva uma forte espiritualidade Eucarística e Mariana, que se deixa conduzir e que tem a certeza de que o verdadeiro animador é o Espírito Santo.
A palavra animação vem do latim: anima, que quer dizer alma. Ora, onde tem alma tem vida, pois não há corpo sem alma e nem alma sem corpo. Portanto quando falamos em animação nada mais é do que dar vida a algo, dar sentido e razão de ser. Desse modo, o animador (a) vocacional deve ser aquela pessoa que coloca anima em tudo aquilo que faz, principalmente em se tratando de vocação, chamado de Deus à vida.
É indispensável que o animador seja uma pessoa aberta, com o coração livre de preconceitos, de concepções errôneas, capaz de ouvir a história pessoal dos jovens de hoje, com misericórdia, escuta, acolhida compreensiva, ajudando o vocacionado a superar o passado e assumir o futuro à luz da Palavra de Deus. Para isso é de grande importância que o animador tenha um conhecimento dos problemas psicológicos, sociológicos da juventude atual. É importante criarempatia trabalhando a partir da realidade do jovem, separar as distâncias físicas, psicológicas e culturais, criar proximidade, ouvindo seus anseios suas perguntas, e seus pareceres. Compreendê-los com sabedoria, ajudá-los no processo da descoberta de Deus sobre si. O seguimento de Jesus e o acompanhamento por parte do animador vocacional não pode excluir nenhuma dimensão da vida e da existência humana. Sem essa forma de acompanhamento global se torna difícil o discernimento. Isso implica uma presença de mestre e discípulo na família, na escola, no trabalho e na rua nos lugares de recreação e, sobretudo no seio da comunidade paroquial. Deve-se levar em consideração o espaço existencial do jovem.
Outro elemento fundamental que não pode faltar no animador vocacional é que seja uma pessoa verdadeiramente feliz, realizada, capaz de atrair, cativar e contagiar. Ser animador vocacional é acreditar que a comunidade é uma grande força no seu trabalho e que todas as pastorais, movimentos que existe na igreja são responsáveis pelo surgimento vocacional na comunidade. Portanto, se faz cada vez mais necessário a formação de uma cultura vocacional. Como afirma o nosso querido e saudoso João Paulo II “a comunidade que não gera vocação, é uma comunidade estéril”. Creio que o animador vocacional, fará um trabalho significativo se sensibilizar a comunidade que todos somos vocacionados; que primeiro deve ser um autentico cristão atuante, comprometido com a comunidade. Neste momento é importante e significativa uma proposta mais corajosa e audaz com uma proposta definida e orientada para a vida consagrada a serviço de Deus.
O Animador vocacional deve agir como o Bom Pastor: sempre vai à frente de seu rebanho guiando-o por caminhos seguros (Sl 23,3). Também deve estar atento às ovelhas dispersas do rebanho e se preciso for, deve carregar as ovelhas no colo. Não há exemplo melhor de Animador Vocacional do que Jesus Cristo. Homem simples de Nazaré, filho de carpinteiro, porém acreditava fielmente em sua missão. Este homem simples, certo dia resolveu chamar outros doze homens e os motivou vocacionalmente. A partir da animação vocacional que ele fez e com o envio do Espírito Santo, o Homem de Nazaré, juntamente com os doze, transformaram o mundo. Portanto, sejamos como Jesus de Nazaré: tenhamos coragem, ousadia, perseverança e jamais percamos o vigor de cristãos em fazer ecoar o convite “vem e segue-me”.


O que faz então o animador? Simplesmente ajuda o jovem ou a jovem a também deixar-se guiar pelo Espírito, descobrir o grande amor que Deus tem por ele ou por ela, cultiva o grande desejo de consagrar-se a Deus e o orienta para que descubra o caminho.Podemos sugerir alguns passos:
O Despertar: para a valorização da vida: valores que caracterizam o ser humano enquanto pessoa; Despertar para a vocação cristã da vivência do compromisso batismal. Despertar para a dimensão eclesial da vocação= serviços específicos dentro da comunidade;
Discernir é o momento de verificar com a pessoa que sente o desejo de seguir o Mestre, quais os sinais indicadores do chamado de Deus. No processo de discernimento questionar as motivações, sondar as intenções, alertar para a radicalidade e a seriedade da opção. Lembrar que os principais agentes deste processo de discernimento são o Espírito Santo e o próprio vocacionado e vocacionada. Nesta etapa é indispensável que o animador ou animadora conheça bem a pessoa, sua historia, sua cultura, sua família, saúde para melhor orientá-lo na sua opção de vida.
Cultivar, nesta etapa, se pretende ir mais a fundo nos sinais do chamado divino, verificados e percebidos durante o processo de discernimento, através de um confronto, onde o jovem possa entrar dentro de si mesmo, para verificar a autenticidade do chamado.
Acompanhar, esta etapa tem por objetivo acompanhar o processo de opção vocacional consciente e livre, do jovem ou da jovem vocacionada. Como tal, ela vai acontecendo aos poucos passo a passo. É importante que o animador tenha muita calma, paciência, espera firmeza e coragem no processo do acompanhamento. O animador deve ser companheiro de caminhada, ajudando sempre mais o vocacionado a firmar-se e andar com os próprios pés. Lembrando que é ele à luz do Espírito Santo que faz o discernimento.


“Nossa missão é evangelizar, despertando vocações a serviço do Reino de Deus.”
A missão do animador vocacional é despertar, animar, acompanhar, ajudando no processo de discernimento vocacional, contribuindo com os cristãos, para encontrarem seu “espaço” na Igreja. Diante desta missão, cada animador vocacional tem o compromisso de suscitar, incentivar, motivar cada batizado (a) a ser protagonista de sua vocação, assumindo verdadeira e radicalmente o chamado que Deus fez (Vem e Segue-me!). Para realizar esta missão, cada animador é chamado a ser: pessoa motivada, de Fé madura, que não desanima diante das dificuldades, entusiasmada, ser pessoa de oração a exemplo de Jesus, ter clareza e muita convicção da própria vocação, pessoa equilibrada, com capacidade de desempenhar este trabalho, disponibilidade, bom preparo, espírito de discernimento, ter senso crítico e capacidade de diálogo para ajudar os jovens no discernimento vocacional e principalmente deve ter um grande amor a este importante trabalho.



Fonte: SAV Foz do Iguaçu

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ser Santo porque Jesus é Santo


“Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor” (Hb 12,14)






Amados irmãos e irmãs, no dia 1 de novembro celebramos a festa de todos os santos. No Brasil, esta festa é celebrada no primeiro domingo de novembro. A santidade é o ideal para todos os batizados. É meta para todos nós que hoje, engajados em nossas comunidades eclesiais, temos a responsabilidade de dizer ao mundo que Jesus é a única resposta para as nossas mais variadas indagações. Jesus é o nosso modelo de santidade, pois permaneceu sempre fiel ao Pai e em tudo procurou fazer unicamente sua santa vontade. Jesus nos ensina a viver em plena sintonia com Deus Pai numa atitude de total obediência. Em sua missão, anunciou profeticamente o Reino de Deus, defendeu os direitos dos fracos e promoveu uma vida digna para todos os seres humanos. Condenou as estruturas de morte e propôs a vida em todas as suas dimensões apresentando-se como sendo ele mesmo o caminho, a verdade e a vida. Por isso curou os enfermos, expulsou os demônios e comprometeu seus discípulos para que promovessem a dignidade humana e os relacionamentos sociais baseados no amor, no diálogo e na justiça. Conforme Ap 7, os Santos “são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”, ou seja, eles se identificaram com Jesus, colocando-se ao seu serviço até às últimas conseqüências, até à morte por amor ao Reino de Deus; lutaram até o fim para superar o mal e viver de acordo com os valores propostos por Jesus no seu Evangelho. Os santos acolheram as Bem-Aventuranças proclamadas no Evangelho de  Mt 5  e se identificaram com Jesus na Pobreza, na Obediência e na Castidade. Venceram a avareza e a ambição pela pobreza; venceram a ira e o desejo de vingança pela mansidão; venceram a indiferença pela misericórdia; venceram os impulsos da carne e a força de uma sexualidade desenfreada pela castidade; venceram os conflitos e as desordens sociais pela promoção da paz e da concórdia; venceram o egoísmo e o hedonismo, colocando-se ao lado dos aflitos, dos pobres, doentes e esquecidos pela sociedade; e, fortalecidos pelo sangue de Jesus, encheram-se de coragem e de alegria e enfrentaram os horrores da perseguição e seu próprio martírio. Tudo isso por causa de Jesus, “o verdadeiro pobre de espírito, o aflito, o manso, aquele que tem fome e sede de justiça, o misericordioso, o puro de coração, o pacificador, o que sofre perseguição por causa da justiça” (Bento XVI). Na medida em que aceitamos o que Jesus nos propõe no sermão da montanha, e nos identificamos com ele, cada qual nas suas próprias circunstâncias, também nós experimentamos a força renovadora das Bem-Aventuranças. Sim, com Jesus podemos nós também ser santos, sem “precisarmos fazer nenhum milagre para provar que Deus age em nós. Basta nosso testemunho” (Dom Celso). Segundo Bento XVI, “A Igreja propõe-nos muitos Santos, que viveram plenamente a caridade, que souberam amar e seguir Cristo na sua vida quotidiana. Todos eles nos dizem que é possível percorrer a estrada da santidade”. Maria Santíssima, espelho de toda a santidade, e todos os santos tornem santa nossa vida e nos façam fiéis e sempre mais perfeitos discípulos missionários do seu Filho Jesus Cristo para que possamos contemplar finalmente o rosto de Deus e cantar eternamente os seus louvores. Amém!



+ Dom Celso Antônio Marchiori

Bispo de Apucarana