segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Relacionamentos autênticos: “Sede praticantes da Palavra”



Iluminados pelo Sol (Jesus) que nos ilumina, somos chamados a olhar a Palavra, auscultá-la, meditá-la e vivê-la no nosso cotidiano com nossos irmãos e irmãs que conosco vivem e interagem no mundo, olhando para a cruz como caminho, instrumento ou ferramenta a ser utilizada em alguns momentos de nossas vidas, onde por vezes necessitamos de um Cirineu, um amigo que está ao nosso lado, ou mesmo fazer-nos também Cirineu uns dos outros para que juntos possamos ser sinal da presença de Deus e da Ressurreição na vida dos outros, visto que somos filhos, não do sofrimento, da cruz ou da morte, mas somos filhos no Ressuscitado, ou seja, somos um ser-para-ressuscitar. Por isso, unidos com os outros, somos mais felizes, pois um sustenta o outro e assim esse outro é sustentado também. Assim, tornamo-nos praticantes da Palavra em vivência e relação com o outro, isto é, com o cuidado com o outro para que este outro não fuja do caminho, mas que siga o Caminho. É um amar o outro com suas fraquezas, esquecendo-as e valorizando as suas pontencialidades, suas qualidades, pois assim não seremos meros ouvintes que escutam com os ouvidos de mercadores e não com os ouvidos de quem se deixou enamorar pela Palavra de Vida, revelada numa vivência-humana-divina-histórica-amor-doação de uma pessoa que se fez humano em sua totalidade, menos no pecado, estando sempre pronto para nos animar em nossa caminhada (cf. Lc 24 13,36).

Sendo assim, faz-se necessário que surja em cada um de nós o sentimento de que podemos nos tornar fecundos pela Palavra e partindo desta condição preparar o mundo com o melhor adubo, plantar as sementes do reino, para que o reino aconteça o mais pleno possível pelo amor e para o Amor.

Para que isso se realize depende apenas do jeito antigo e sempre novo de semear o qual devemos seguir. Semear com palavras e atos. Em outras palavras, conhecendo a Palavra de Vida anunciada, meditada e revelada (a prática da vivência cotidiana da arte da Palavra) com o testemunho de vida e santidade originada desta Palavra, faz com que todos aqueles que se deixam tocar e abrem o seu coração, ganhem força e sigam esta Palavra, numa união plena e bela de um jeito novo de viver. É este o segredo: amar a Palavra e deixar que ela conduza a nossa vida. Assim seja.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ONDE ESTÃO SEUS OLHOS



Um adolescente, após ter sido castigado por seus pais várias vezes e chegando a conclusão de que não conseguiria se corrigir, dirigiu-se ao diretor do colégio e humildemente perguntou:
“Professor, o que devo fazer para não cometer esses erros novamente. Eu tenho me esforçado, mas eu não estou conseguindo!”
O professor então sabiamente tomou um copo, encheu de água e entregou ao jovem dizendo: “Filho, ande com este copo por todo o colégio, entre em todas as salas, suba e desça todas as escadas, entre em todas os cantos do jardim e volte aqui sem derramar um só gota desta água”.
“Impossível – disse o jovem – eu não vou conseguir”.
“Se você quiser, vai conseguir sim” – disse o mestre
            O jovem saiu devagar com os olhos fixos no copo, subiu, desceu escadas, entrou e saiu de salas, cantos, jardins e voltou sem ter derramado a água.
            O professor olha, bate nos ombros carinhosamente e diz:
            “Não viu os colegas que passeavam pelo jardim no horário de aulas? Os colegas que te convidaram para brincadeiras e conversas?
            “Não – respondeu o adolescente – eu estava com os olhos fixos no copo”.
            O professor sorri e diz:
            “Se você fixar os olhos no seu objetivo, como fez com o copo, terá força que tanto precisa para vencer os obstáculos, é não cometerá as faltas pelas quais tem sido castigado. Olhe para seu objetivo e deixe-o ser o rumo de sua vida”. 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Seduziste-me Senhor!



“Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir” (Jr 20,7)


Jesus quer inundar nossos corações com seu infinito amor, quer fazer parte das nossas vidas, quer ser presença real em nós. Aqueles que se deixam seduzir pelo seu amor experimentam o verdadeiro sentido da vida, encontram o tesouro escondido no amor de Deus, e que se revela a todos aqueles que o procuram.
Todos os que conhecem esse amor, fizeram a experiência do Deus vivo, permitiram realmente que Deus entrasse em suas vidas, e habitasse em seus corações, e, assim, nasceu o primeiro amor. O verdadeiro e autêntico amor, que Seduziu e deixou marcas em nossos corações, corações que nunca experimentaram a grandiosidade desse sentimento que ultrapassa os limites do entendimento humano. Deus nos seduziu e nós permitimos ser seduzidos, fomos atraídos pelo amor que cura as feridas, o amor que nos liberta das nossas antigas ações, ou dos caminhos pelo qual trilhamos antes de ser seduzidos.
A chama do primeiro amor, do primeiro contato com o Deus-Amor arde em nosso peito, mas se faz necessário a cada dia alimentá-la, é preciso oração, é preciso entrega diária, é preciso confiança em Deus, se não houver empenho, o fogo pode se extinguir, porém, as suas marcas permanecerão em nós, e nos permitirá lembrar de que nós fizemos um dia a experiência de Deus.
Pode ser dito a respeito de Deus todo e qualquer tipo de mito, ou inverdade, mas nós sabemos que isso é MENTIRA, pois experimentamos a sua presença real, e sabemos que Ele está entre nós, querendo seduzir muitos outros filhos seus, rebanhando as ovelhas para os apriscos, curando suas feridas e dando todo amor necessário para que confiem que ainda existe esperança se trilharem os caminhos junto Dele!

Tenha um Dia Abençoado!!

Por: Seminarista Gabriel Calvi
Diocese de Apucarana - PR

Vídeo / Gratidão - Ministério Adoração e Vida

Tenha um Dia Abençoado!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pai nosso dos excluídos


Dirceu Benincá


Pai Nosso que estais na estrada, na rua, na favela, debaixo dos viadutos, desempregado, sem terra, sem esperança, sem dignidade, sem chance...

Santificado seja o teu sangue, a tua luta, a tua vida...
Venha a nós o teu calor, a tua sensibilidade e a tua misericórdia...
Seja compreendida e aceita a tua presença hoje, amanhã, em toda hora e lugar!

Porque és o Deus dos pobres, dos pequenos, dos desvalidos, dos esquecidos, dos violentados e excluídos...

O Deus que mora nos outros e em cada um(a) de nós.
Que está na roça e na cidade, no céu e na terra onde tudo isso acontece.
O pão nosso de cada dia, o qual nem sempre chega em todas as mesas, ainda que assim rezemos sem cessar.

Dá-nos continuamente o pão da igualdade, da autonomia, da fraternidade e da cidadania, a nós e a todos os que têm fome dele.

Perdoa-nos... Mas, de que Senhor Deus?
De muitas coisas que fizemos quando não deveríamos fazer ou que não fizemos quando deveríamos ter feito.

Perdoa-nos por não termos ajudado, por não termos partilhado, por não termos praticado a justiça, por não termos aberto a nossa mão, o nosso coração e os nossos braços para acolher, para perdoar, para servir tal como teu Filho fez e ensinou.

Perdoa-nos assim como nós perdoamos.
Mas, nós perdoamos a quem mesmo? Somos capazes de perdoar de verdade?
Perdoa principalmente, ó Pai, a nossa indiferença diante da dor e do sofrimento dos outros.

Não nos deixes cair nas tentações da hipocrisia, da incoerência, da falta de fé, de esperança e de solidariedade.

Livra nossos irmãos da humilhação de terem a rua como morada,de andarem sem eira nem beira, de serem mortos em série e estupidamente.
Livra-nos dos nossos fracassos como cristãos, como militantes, como homens e mulheres que buscam a nova terra e o novo céu, onde queremos um dia chegar.

Pois tudo é teu: o Reino, o pão, o poder, a glória... a vida e a vitória para sempre, quando todos haveremos de ressuscitar da noite escura e da rua sem saída.

Amém.

Fonte: Dirceu Benincá

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A vocação e os cristãos leigos


Texto: Orani João Tempesta *

Completamos o jubileu de ouro da convocação do Concílio Vaticano II. As comemorações desse evento importante do século XX será uma oportunidade muito boa para que examinemos nossos passos dados e as propostas do Concílio.
Um dos aspectos levantados foi sobre o papel e a missão do cristão leigo na Igreja. A grande preocupação era não apenas de uma maior participação nas preocupações e trabalhos internos à comunidade, como, principalmente, o testemunho na sociedade, nas realidades temporais.
O fato de o cristão leigo não deveria ser apenas um expectador ou destinatário da mensagem evangélica e das preocupações da Igreja, mas, sim, ser consciente de sua missão de cristão ao interno da Igreja e testemunhando Jesus Cristo à sociedade.
Este foi um aspecto importante do Concílio Ecumênico Vaticano II, que foi um impulso dado pelo Espírito Santo à Igreja e sua presença no mundo hodierno, mas, dentre as variadas conquistas, podemos afirmar que uma delas foi certamente a valorização da vida e missão dos cristãos leigos, que emergiu como um elemento fundamental para a nova realidade do mundo em transformação.
A presença do cristão leigo está em muitos documentos, mas o Apostolicam actuositatem é dedicado totalmente ao cristão leigo. Creio que seja o primeiro num Concílio em toda a história da Igreja.
Dá-se uma nova ênfase ao conceito basilar da evangelização do mundo, sua transformação para uma feição mais humanizada, mais justa, e, portanto, mais cristã. Passamos, então, a falar da missão da Igreja no mundo, servindo ao reino e não a si mesma.
Portanto, nesta missão evangelizadora da Igreja, recorda-se a missão do cristão leigo, que, vivendo em sua realidade temporal, é chamado a ser sal, luz e fermento e assim transformar a realidade através de sua profissão, da sua presença na sociedade, na política, na cultura, nas ciências, nos esportes, e muito mais. Realidades que não são alcançadas apenas pelo clero nas suas atividades e missão cotidiana, mas que precisa de um protagonista. Aos leigos é dada essa vocação específica: fazer a Igreja presente e fecunda naqueles lugares e circunstâncias onde somente através dos leigos ela pode se tornar o sal da terra.
O Papa Paulo VI afirmava que os leigos são como uma ponte que une a Igreja à Sociedade. Não como uma interferência da Igreja na ordem temporal ou nas estruturas dos assuntos mais afetos à vida política ou econômica, mas, sim, para não deixar que o nosso mundo fique sem a mensagem da salvação crista, sem as luzes do Evangelho e da mensagem de Cristo. Portanto, os leigos são chamados a estabelecer este contato entre a vida eclesial e a sociedade, ser os construtores de uma nova maneira de servir o bem comum e imbuir a realidade terrestre de uma ordem transcendentes, eterna, Divina.
São Paulo nos afirma que toda a criação será recriada em Cristo. O mundo geme em dores de parto por uma nova ordem: mais justa, mais fraterna. Todos são convidados, portanto, a seguir o modelo de Cristo.
Os leigos são corresponsáveis pela missão da Igreja, companheiros de caminhada e em quem se confia, a quem se recorre, em quem se acredita e a quem se dá espaço na decisão, no planejamento e na execução das várias atividades na Igreja, e isso pela própria essência de sua consagração batismal.
Unidos a Cristo, através do Batismo, sacramento da fé, os leigos devem, portanto, estar atentos não só a uma pertença à Igreja, mas "ser" e sentir com a Igreja que é mistério de comunhão.
A V Conferência Episcopal Latino Americana, em Aparecida, afirma que "os fiéis são os cristãos que unidos a Cristo pelo Batismo, são o povo de Deus a participar nas funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Eles fazem, de acordo com sua condição. São os homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja. Sua missão é realizar o seu testemunho e atividade e contribuir para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas, segundo os critérios do Evangelho".
A missão não é somente uma escolha ou uma opção, mas, sim, um dom de Deus. A missão não é nossa nem de um grupo, mas é da Igreja, que nos envia, e no centro desta missão laical deve estar o Espírito do Senhor Ressuscitado, a quem obedecem com a mesma dignidade, mas com ministérios diversos, tanto os leigos como os ministros consagrados. Ter tal consciência desta centralidade da missão em Cristo é de fundamental importância na vida do laicato no seio da mãe Igreja.
Conclamo todos os leigos de nossa Arquidiocese, os católicos apostólicos e romanos, para viverem a grandeza de seu batismo, colocando a mão no arado e chamando a todos para o "vinde e vede" do senhor Jesus!

* Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.
Fonte: www.cnbb.org.br

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mensagem do papa aos participantes do 2º Congresso Continental de Vocações da América Latina


O papa Bento XVI enviou uma mensagem aos participantes do 2º Congresso Continental de Vocações da América Latina, que acontece na cidade costarriquenha de Cartago, de 31 de janeiro a 5 de fevereiro.
Destacando o tema do encontro "Mestre, pela tua palavra lançarei as redes", o papa diz que os agentes da Pastoral Vocacional da Igreja na América Latina e Caribe são chamados a fortalecer a pastoral vocacional, "a fim de que os batizados se tornem discípulos e missionários de Cristo nas circunstâncias atuais dessas amadas terras".
Bento XVI ressalta também que tal Congresso pretende seguir o impulso missionário promovido na 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada em Aparecida (SP).
"O testemunho pessoal e comunitário de uma vida de amizade e intimidade com Cristo, e de total entrega a Deus, ocupa um lugar privilegiado no trabalho de promoção vocacional. O testemunho fiel da própria vocação é um meio privilegiado para despertar em muitos jovens o desejo de seguir os passos de Cristo", sublinhou o papa na mensagem.
O papa destaca também a sensibilidade dos jovens ao chamado de Cristo. "Hoje, como sempre, os jovens são sensíveis ao chamado de Cristo que os convida a segui-lo. O mundo precisa de Deus e por isso precisará sempre de pessoas que vivam para Ele e O anunciem aos demais".
No final da mensagem, o papa invoca a intercessão da Virgem Maria os participantes do Congresso, afirmando que “ela [a Virgem] é o verdadeiro modelo de resposta generosa à iniciativa de Deus”.
Fonte: CNBB


Congresso Continental de Vocações da América Latina acontece na Costa Rica


Teve início no dia 31 e segue até o próximo sábado, 5 de fevereiro, o 2º Congresso Continental de Vocações da América Latina, realizado em Cartago, na Costa Rica. O objetivo central do encontro é reforçar a cultura de vocações para o batizado ser incentivado a buscar a vocação de ser discípulo e missionário de Cristo, nas circunstâncias atuais do continente.
Convocado pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) através do Departamento de Vocações, com coordenação da Conferência Episcopal da Costa Rica, o encontro, que reúne 400 pessoas, é uma resposta aos desafios impostos pelo Documento de Aparecida (DAp) e destina-se a estimular a reflexão dos participantes sobre a importância da vocação e dar força ao processo de discernimento. O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, padre Reginaldo de Lima, participa do encontro.
O bispo auxiliar de Guadalajara e secretário geral do Celam, dom José Leopoldo González González, disse que o encontro é importante para lembrar que todos têm uma vocação específica e que estão destinadas a ela. “O encontro é importante para voltar à natureza da vocação e reconhecer que estamos destinados a uma vocação específica com o objetivo da santidade. O discernimento vocacional é essencial para fortalecer e renovar-nos para que possamos contagiar outras pessoas através do testemunho de vida”, sublinhou o bispo.
Fonte: CNBB