quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O VÍRUS DA VOCAÇÃO


Normalmente, é durante a juventude que o vírus ataca, levando o “paciente” a procurar tratamento. É próprio de nós, jovens, nos perguntarmos sobre o que é vocação. As respostas que damos, normalmente são muitas e diversas. O fato é que continuamente nos confrontamos com dilemas que não são simplesmente profissionais; são dilemas que se referem mais ao ser do que ao fazer. Para que você, amigo jovem, possa compreender um pouco mais sobre tudo isso, basta que fique “esperto” com relação ao vírus da vocação.

O que é o vírus da vocação?
É um vírus que ataca a todos, em especial a nós, jovens. Do ponto-de-vista psicológico, poderíamos dizer que ele se refere às características ou aptidões individuais que cada um de nós tem para desempenhar, com eficiência e qualidade, atividades que nos trazem realização pessoal. As habilidades se juntam ao gosto pessoal. Assim, um tem gosto e habilidades para ser jogador de futebol, outra para ser atriz, outro para ser sociólogo e assim vai. Poderíamos apresentar este vírus como o gosto e as capacidades para realizar um serviço que nos traga satisfação pessoal.

Mas podemos pensar este vírus de uma forma mais ampla, se levarmos em conta que o ser humano é também espiritual e, portanto, aberto ao transcendente e ao diálogo com Deus. Neste caso, a vocação se apresenta como um encontro entre Deus e o ser humano; Deus chama e a pessoa responde. Tendo presente que sempre que Deus chama alguém, é para confiar-lhe uma missão, podemos dizer que este encontro nos levará a realizar um serviço concerto no mundo, que não apenas nos traz realização pessoal, mas que seja também um real serviço aos nossos irmãos.

É bem verdade que nem todos somos chamados à mesma vocação, mas cada qual é chamado a desempenhar um papel no mundo e a deixar nele sua marca positiva na construção da história. Para alguns de nós esse chamado de Deus é mais comprometedor, para sermos sacerdotes, irmãos ou irmãs, missionários/as dispostos a dar a vida na construção do Reino.

Como o vírus é contraído?
É contraído através de nossas experiências pessoais e sociais que fazemos todos os dias, e de nossa abertura de coração à voz de Deus. Esse chamado pode vir por caminhos diversos: acontecimentos que marcaram nossa vida, apelos interiores através de uma voz que sussurra lá no fundo do nosso coração, pelo convite de outras pessoas, por uma leitura da palavra de Deus, pelo clamor do povo e outros mais. Pode ser contraído também pelo encantamento provocado pelo mistério trinitário: o esplendor do Pai, a missão do Filho e a força do Espírito Santo. Este vírus se instala em nosso organismo, ou mais especificamente, em nosso coração.

Quais os sintomas?
Os primeiros sintomas que indicam que contraímos o vírus da vocação são: dúvida, insegurança ou certa angústia. Queremos encontrar nosso caminho! Num segundo momento, estes sintomas, através da oração e da reflexão, vão se transformando em certeza, realização, convicção, satisfação ou uma sensação de felicidade. Sentiremos, então, uma vontade muito grande de vivenciar o amor cristão, que se transforma em ações vitais concretas em favor dos irmãos. Começamos a nos sensibilizar, a sentir compaixão e indignação diante do sofrimento e da angústia de nossos irmãos marginalizados, injustiçados e excluídos da sociedade.

Qual é o tratamento?
O paciente deverá se tratar com muita reflexão e com altas doses de entusiasmo, alegria e muita oração, além de uma busca incessante por sua realização existencial, tendo sempre Jesus como o grande médico. Mas não esqueça: em caso de sérias suspeitas de vocação sacerdotal, religiosa ou missionária, procure uma congregação que possa acompanhar e tratar seus sintomas.


Texto: Pe. Valdecir Ferreira
Diocese de Apucarana

Vídeo / Servo por Amor - Comunidade Palavra Viva

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Somos chamados a ser discípulos missionários do Amor!



“Se alguém vem a mim e não odeia seu Pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo (...). E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode Ser meu discípulo” (Lc 14, 26-27)

O mês missionário já terminou, todavia, a nossa missão não terminou junto com ele, ao contrário, a missão continua e somos todos chamados a ser discípulos missionários do amor, levando Jesus Cristo a todas as pessoas na simplicidade do nosso dia a dia.

Os versículos acima retirados do Evangelho de São Lucas nos fazem esse convite desafiador, e nos leva a uma profunda reflexão: Será que somos realmente seguidores de Jesus?

Devemos nos atentar que no Evangelho Jesus diz que aquele que não odeia os seus familiares e até a si mesmo não pode ser seu discípulo, esse “odiar” quer dizer que todo aquele que não coloca as coisas terrenas, os sentimentos terrenos, a família e até sua própria vida em segundo plano não está pronto para ser seu discípulo. Seguir Jesus deve ser a nossa principal meta, amar a Deus, deve ser acima de tudo, o nosso maior objetivo, portanto, devemos colocar as coisas de Deus em primeiro lugar, para que sejamos dignamente chamados de discípulos.

Falamos em discípulos missionários, essas duas palavras estão intimamente ligadas, não há possibilidade de ser somente discípulo ou somente missionário. Se seguindo Jesus, sou chamado de discípulo é porque fiz a opção pelos seus ensinamentos, sendo assim, consequentemente sou também chamado de missionário, pois, Jesus leva a todos Palavras eternas de Vida e de Salvação (Jo 6 68b), logo seguir Jesus é configurar-se a seu exemplo. Daí vem o nome discípulos missionários.

E somos todos chamados por Jesus a fazer parte da caminhada missionária, e a segui-lo sem reservas ou preocupações, esse convite provocante e desafiador, exige de nós um profundo abandono no Cristo, exige uma vida de oração e de entrega, na certeza de que se caminhamos com o MESTRE seremos provados, mas sem temer nenhuma mal, pois aquele que diz “SIM” a missão de levar Jesus Cristo a todos está fazendo a vontade de Deus e Ele mesmo nos ajudará com força e com coragem!

Confiantes na Palavra de Deus, configuremo-nos como verdadeiros seguidores de Cristo, como verdadeiros discípulos missionários, começando a evangelizar na simplicidade, em nossas casas, em nossas famílias e até mesmo no nosso bairro.

Vamos optar pelo melhor! VAMOS DIZER SIM A JESUS CRISTO!

Tenha um Dia Abençoado!

Texto: Seminarista Gabriel Calvi 
Diocese de Apucarana

Vídeo / Águia Pequena - Pe. Zezinho

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Encontro de Animadores Vocacionais

Aconteceu nos dias 06 e 07 de novembro de 2010 o Encontro Diocesano de Animadores Vocacionais. Contamos com a presença de 78 Animadores provenientes das mais diversas paróquias de nossa Diocese de Apucarana. Foi um momento propício para o repasse do conteúdo do 3º Congresso Vocacional do Brasil. Além disso, tivemos a oportunidade de trabalhar com oficinas (SAV e Catequese, SAV e Dinâmica, SAV e Juventudes, SAV e Comunicação, SAV e Itinerário Vocacional), onde os Animadores interagiram e construíram uma realidade de convivência e formação humana. Planejamos o ano de 2011 e vimos que nosso empenho, disponibilidade e criatividade serão fundamentais para o pleno êxito de nossas atividades. Agradecemos a presença de cada um(a) que ajudou na vivência e realização deste momento belíssimo. Segue em nosso vídeo alguns momentos.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Juventude e Santidade!


"Sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo". (Mt 5, 48)

Novembro nos estimula a refletir sobre a santidade. O primeiro dia do mês nos apresenta a celebração de Todos os Santos, convidando-nos a olhar para nossa vida. O que estamos fazendo para alcançar este estágio?Juventude e santidade são duas palavras que para muitos combinam, mas, para alguns, parecem estar em contradição. Ainda assim, me atrevo aqui a dar algumas pinceladas sobre elas. A primeira coisa que devemos fazer é nos perguntar se de fato, juventude e santidade são palavras que não combinam.
Uma observação necessária é definir o que é santidade. Quando mencionamos esta palavra, imaginamos duas coisas: as imagens dos santos e santas das nossas igrejas e uma realidade impossível de ser vivida para a grande maioria. Algo muito difícil, que não conseguiremos nunca e achamos que só os mais certinhos, quietinhos, calados, beatos (diriam alguns) é que conseguem viver. Será que santidade é isso?
O apelo a viver a santidade nos vem de Jesus: "Portanto, sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo" (Mt 5, 48). Paulo usa a palavra "santo" para se referir aos cristãos das comunidades. A palavra "santo" não pode ser confundida com as estátuas das nossas igrejas, mas deve ser vista como um convite a viver a vida num estilo diferente: o estilo de Jesus. Quase todos já escutamos aquela canção do padre Zezinho que diz "Amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu, sentir o que Jesus sentia, sorrir como Jesus sorria e ao chegar ao fim do dia eu sei que dormiria muito mais feliz". A palavra chave é a palavra final: "feliz". Santo é aquele que é feliz. Assim o convite à santidade é um convite à felicidade, não entendida como o mundo a quer fazer parecer, mas como proposta de vida de Jesus.
Busca dos jovens
Os jovens têm dentro de si a busca pela felicidade, aliás, é algo que faz parte da natureza humana. Deste modo, juventude e santidade têm tudo a ver. No entanto, ainda precisamos corrigir a imagem distorcida que transmitem sobre a juventude. Os jovens são irresponsáveis, inconseqüentes, vivem segundo o mundo e longe das coisas de Deus... Será que são tudo isso? Creio que os jovens de hoje são tão capazes quantos os do passado, continuam sonhando, ousando, arriscando. Mesmo que as dificuldades para se tornarem o "sal da terra e a luz do mundo" (Mt 5, 13-14) sejam hoje maiores do que nunca, temos inúmeros exemplos de santos jovens, alguns já reconhecidos como tais pela Igreja, outros tantos ainda no anonimato.
A vida de santidade é viável, pois, Deus nunca nos convida a algo inatingível. As coisas impossíveis, só a Ele pertencem. Este é um convite a nos despojarmos das vestes da antiga criatura para "vestir" a roupa nova que nos vem com o nosso batismo, quando nos tornamos cristãos, isto é, pertencentes ao grupo daqueles que se revestem de Cristo.
A santidade está nas pequenas coisas do dia-a-dia, em realizar as coisas da melhor maneira possível, não basta fazer por fazer, mas é preciso fazer bem feito. Se você é estudante, estude da melhor forma que é capaz; se você já trabalha, trabalhe da melhor maneira que consiga; procure participar de algum grupo empenhado na transformação do mundo, no exercício da cidadania. Acredite, já está começando o seu caminho de santidade e ao "final do dia eu sei que você dormirá muito mais feliz".

[Publicado na edição Nº09 - Novembro 2008 - Revista Missões]

Vídeo / Jovem te Olho - Adriana