“Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a
santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor” (Hb 12,14)
Amados irmãos e irmãs, no dia 1
de novembro celebramos a festa de todos os santos. No Brasil, esta festa é celebrada
no primeiro domingo de novembro. A santidade é o ideal para todos os batizados.
É meta para todos nós que hoje, engajados em nossas comunidades eclesiais,
temos a responsabilidade de dizer ao mundo que Jesus é a única resposta para as
nossas mais variadas indagações. Jesus é o nosso modelo de santidade, pois
permaneceu sempre fiel ao Pai e em tudo procurou fazer unicamente sua santa
vontade. Jesus nos ensina a viver em plena sintonia com Deus Pai numa atitude
de total obediência. Em sua missão, anunciou profeticamente o Reino de Deus,
defendeu os direitos dos fracos e promoveu uma vida digna para todos os seres
humanos. Condenou as estruturas de morte e propôs a vida em todas as suas
dimensões apresentando-se como sendo ele mesmo o caminho, a verdade e a vida. Por
isso curou os enfermos, expulsou os demônios e comprometeu seus discípulos para
que promovessem a dignidade humana e os relacionamentos sociais baseados no
amor, no diálogo e na justiça. Conforme Ap 7, os Santos “são os que vieram da
grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”,
ou seja, eles se identificaram com Jesus, colocando-se ao seu serviço até às
últimas conseqüências, até à morte por amor ao Reino de Deus; lutaram até o fim
para superar o mal e viver de acordo com os valores propostos por Jesus no seu
Evangelho. Os santos acolheram as Bem-Aventuranças proclamadas no Evangelho de Mt 5 e
se identificaram com Jesus na Pobreza, na Obediência e na Castidade. Venceram a
avareza e a ambição pela pobreza; venceram a ira e o desejo de vingança pela
mansidão; venceram a indiferença pela misericórdia; venceram os impulsos da
carne e a força de uma sexualidade desenfreada pela castidade; venceram os
conflitos e as desordens sociais pela promoção da paz e da concórdia; venceram
o egoísmo e o hedonismo, colocando-se ao lado dos aflitos, dos pobres, doentes
e esquecidos pela sociedade; e, fortalecidos pelo sangue de Jesus, encheram-se
de coragem e de alegria e enfrentaram os horrores da perseguição e seu próprio
martírio. Tudo isso por causa de Jesus, “o verdadeiro pobre de espírito, o
aflito, o manso, aquele que tem fome e sede de justiça, o misericordioso, o
puro de coração, o pacificador, o que sofre perseguição por causa da justiça”
(Bento XVI). Na medida em que aceitamos o que Jesus nos propõe no sermão da
montanha, e nos identificamos com ele, cada qual nas suas próprias
circunstâncias, também nós experimentamos a força renovadora das
Bem-Aventuranças. Sim, com Jesus podemos nós também ser santos, sem “precisarmos fazer nenhum milagre para provar
que Deus age em nós. Basta nosso testemunho” (Dom Celso). Segundo Bento
XVI, “A Igreja propõe-nos muitos Santos, que viveram plenamente a caridade, que
souberam amar e seguir Cristo na sua vida quotidiana. Todos eles nos dizem que
é possível percorrer a estrada da santidade”. Maria Santíssima, espelho de toda
a santidade, e todos os santos tornem santa nossa vida e nos façam fiéis e
sempre mais perfeitos discípulos missionários do seu Filho Jesus Cristo para
que possamos contemplar finalmente o rosto de Deus e cantar eternamente os seus
louvores. Amém!
+ Dom Celso Antônio Marchiori
Bispo de Apucarana
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