quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Papa convida a redescobrir as tradições natalinas

Ante o consumismo que se apoderou dos símbolos natalinos, Bento XVI convidou esta quarta-feira a redescobrir as tradições de Natal para transmiti-las às futuras gerações.
O Papa dedicou ao Natal a audiência geral celebrada na praça de São Pedro, no Vaticano, na qual cerca de quinze mil peregrinos desafiaram o frio para ouvir o pontífice.
«Ao preparar-nos para celebrar com alegria o nascimento do Salvador, em nossas famílias e em nossas comunidades eclesiais, enquanto uma certa cultura moderna e consumista tenta fazer desaparecer os símbolos cristãos da celebração do Natal, assumamos todos o compromisso de compreender o valor das tradições natalinas, que formam parte do patrimônio de nossa fé e de nossa cultura, para transmiti-las às novas gerações», propôs o Santo Padre.
Entre os numerosos símbolos de Natal, o pontífice escolheu o da luz, «um dos mais ricos de significado espiritual e sobre o qual gostaria de refletir brevemente».
«A festa de Natal coincide, em nosso hemisfério, com a época do ano em que o sol termina sua parábola descendente e começa a fase na qual se amplia gradualmente o tempo de luz diurna, segundo o percurso sucessivo das estações», declarou em sua reflexão lida em italiano.
Esta imagem ajuda a compreender melhor «o tema da luz que prevalece sobre as trevas», disse. «É um símbolo que evoca uma realidade que afeta o íntimo do homem»: «a luz do bem que vence o mal, do amor que supera o ódio, da vida que vence a morte».
«Natal faz pensar nesta luz interior, na luz divina, que nos volta a apresentar o anúncio da vitória definitiva do amor de Deus sobre o pecado e a morte», assegurou Bento XVI.
O Salvador esperado pelos povos, sublinhou, é «a estrela que indica o caminho e guia os homens, andantes entre as escuridões e os perigos do mundo, para a salvação prometida por Deus e realizada em Jesus Cristo».
«Ao ver as ruas e praças de nossas cidades adornadas com luzes resplandecentes, recordemos que estas luzes evocam outra luz, invisível para nossos olhos, mas não para nosso coração», propôs.
«Ao contemplá-las, ao acender as velas das igrejas ou as luzes do presépio e da árvore de Natal em nossas casas, que nosso espírito abra-se à verdadeira luz espiritual trazida a todos os homens e mulheres de boa vontade».
«O Deus conosco, nascido em Belém da Virgem Maria, é a Estrela de nossa vida», exclamou.
«Peçamos ao Senhor que apresse sua vinda gloriosa entre nós», sugeriu, e improvisando acrescentou: «em meio a todos os que sofrem», pois «só nele podem encontrar resposta às autênticas expectativas do coração humano», declarou voltando a tomar os papéis.
«Que este Astro de luz sem ocaso comunique-nos a força para seguir sempre o caminho da verdade, da justiça e do amor!», desejou.
Antes de concluir, o bispo de Roma convidou a viver os dias que precedem o Natal junto a Maria, «a Virgem do silêncio e da escuta».
Que ela «nos ajude a compreender e a viver plenamente o mistério do Natal de Cristo», desejou, antes de desejar: «Feliz Natal a todos!».
A audiência havia começado com ameaças de chuva, mas concluiu com sol. Ao despedir-se dos peregrinos, após ter falado de Jesus como o «sol da justiça» (imagem dos primeiros cristãos), o Papa afirmou: «Damos graças porque o sol apareceu e confirma o que meditamos».

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