sexta-feira, 19 de agosto de 2011

FALAR DE NOSSA FÉ, PEDE CARDEAL AOS JOVENS

Evangelizar significa mostrar Cristo com nossas palavras e nossos atos, diz D. Odilo


Por Alexandre Ribeiro
MADRI, sexta-feira, 19 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – O cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, pediu que os jovens falem sem timidez de sua fé, dando testemunho de Cristo por meio das palavras e atos.
O arcebispo ministrou na manhã desta sexta-feira, na Paróquia San Sebastian, em Madri, uma catequese em língua portuguesa, no contexto da Jornada Mundial da Juventude.
Dom Odilo iniciou dizendo que o mundo de hoje, “incluindo os países de antiga tradição cristã, tornou-se novamente ‘terra de missão’ e está necessitado urgentemente de uma ‘nova evangelização’”.
“Vivemos numa mudança de época na história da humanidade e uma nova cultura está sendo formada. Todos nós, de alguma forma, somos agentes dessa nova cultura e, também, sofremos os seus impactos.”
Entre as características deste tempo, Dom Odilo citou a autonomia do mundo, do homem e suas atividades, em relação a Deus e à religião; o subjetivismo, o individualismo e a privatização dos valores coletivos; a pretensão de que a religião e os valores morais sejam da esfera privada e em nada devam influenciar a esfera pública da convivência.
“Que fazer, diante dessa situação? Vamos aceitar, resignados e impotentes, que é assim mesmo e nada pode ser mudado? A Igreja tem a convicção de que a verdade precisa continuar a ser buscada e afirmada”, afirmou o arcebispo.
Ele assinalou que os jovens “são chamados a ser protagonistas nesta nova época missionária da Igreja”.
“Evangelizar – explicou o cardeal Scherer – significa mostrar Cristo com nossas palavras e nossos atos. Por isso, somos chamados a falar explicitamente e sem medo de nossa fé; sem imposição, mas sem timidez, dando testemunho da ação de Cristo em nossa vida.”
“Nossas palavras devem ir acompanhadas pelo nosso testemunho de vida, nosso comportamento e nossa serenidade, para que nossas ações não desmintam o que dizem nossas palavras.”
“De maneira particular, nossa ação evangelizadora deve ser acompanhada pelo testemunho de retidão e honestidade, pelo respeito e amor por toda pessoa e pela dedicação a todos os que sofrem, os pobres, doentes, excluídos e marginalizados”, afirmou.
Dom Odilo disse que a Igreja quer ajudar e apoiar os jovens na sua preparação para serem testemunhas do Evangelho no mundo, discípulos e missionários de Cristo.
Nesse sentido, ele indicou “um caminho de formação e vida cristã, que deve durar toda a vida e passar a fazer parte de uma fé que vai amadurecendo”.
“Quando a fé não é alimentada, ela se enfraquece, já não consegue resistir às tentações e ao desânimo e corre o risco de morrer dentro de nós”, disse.
O cardeal indicou que os jovens “cuidem de alimentar cada dia sua fé na oração pessoal; se for possível, também comunitária”.
“Aos domingos – prosseguiu –, procurem participar da Missa, junto com outros jovens, ou com a comunidade na qual vivem; a Missa dominical alimenta e faz crescer e amadurecer nossa fé e a vida cristã, levando-a a produzir frutos.”
Indicou que os jovens “procurem ler a Palavra de Deus, sobretudo nos Evangelhos e no Novo Testamento em geral”. Também destacou a importância de “ler e estudar algo sobre a fé, como o Catecismo da igreja Católica”.
“E não deixem de se envolver na prática de boas obras, em favor dos pobres, dos doentes, dos que sofrem, dos outros jovens necessitados de ajuda e de toda causa boa neste mundo”, assinalou.
Dom Odilo recordou que o cristão “é um cidadão deste mundo e deve fazer frutificar sua fé para o bem do mundo; nossa fé tem efeito sobre a história vivida”.
“Devemos nos engajar para que o reino de Deus, anunciado pelo Evangelho, envolva a todos e manifeste seus frutos na convivência entre os homens: na paz, na justiça, no respeito, na dignidade, na solidariedade, na bondade, na beleza, na esperança, na vida plena.”
Ele assinalou ainda a importância dos jovens se deixarem inspirar e encantar pelos “tesouros da vida da Igreja”.
“Muitas vezes, nas escolas e universidades, vocês ouvirão falar apenas das possíveis e lamentáveis falhas dos cristãos e da igreja, ao longo dos séculos: inquisição, queima das bruxas, caso Galileu...”
“Isso tende a incutir uma ideia negativa da Igreja, quando se deixam de lado o muito de bem realizado pela Igreja e pelos cristãos ao longo dos séculos. Sejamos como o homem sábio do Evangelho, instruído nas coisas do reino de Deus: Do ‘baú recheado’ da história e da vida da Igreja, saibamos tirar constantemente ‘coisas novas e velhas’: coisas bonitas, preciosas, edificantes”, disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário