“Portanto,
exorto todos os fiéis a redescobrirem o encontro pessoal e comunitário com
Cristo, Verbo da Vida que Se tornou visível, a fazerem-se seus anunciadores
para que o dom da vida divina, a comunhão, se dilate cada vez mais pelo mundo
inteiro” (Verbum Domini, 2).
À luz da Verbum Domini, Exortação Apostólica
Pós-Sinodal sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja (30 de
setembro de 2010), do Papa Bento XVI, aproveito deste mês de setembro, mês da
Bíblia, para convocar todos os católicos a lerem a Bíblia Sagrada. Nela nos
encontramos com Deus que, na riqueza do seu amor, fala conosco como amigos e
convive conosco para nos convidar e admitir à comunhão com Ele. A leitura
orante da Bíblia nos leva a redescobrir a beleza do encontro pessoal e
comunitário com Cristo, a Palavra viva do Pai que se encarnou no ventre de
Maria e veio fazer morada entre nós.
A Bíblia não é um livro qualquer. É a Biblioteca mais
importante do mundo. Com seus 73 livros,
dos quais 46 são do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento, a Bíblia nos
favorece um encontro de Deus conosco. Enquanto redigido sob a moção do Espírito
Santo, cada livro é uma mensagem viva de Deus Pai para nós, seus filhos muito
amados. Tudo ali tem sentido para a nossa vida no contexto histórico, social e
religioso em que vivemos. Por isso, diante de um texto bíblico tenhamos
atitudes de muito amor e reverência, pois é Deus que nos está falando. E sua
Palavra é eterna, ela permanece para sempre. Ela é, conforme o Salmo 118, 105, “lâmpada
para nossos passos e luz em nosso caminho”.
Vivemos ouvindo tantas palavras de enganação,
mentiras, promessas que nunca se cumprem, discursos políticos envenenados,
propostas religiosas que acusam, condenam, disseminam a discórdia e o ódio pelo
irmão, não libertam e não contribuem para a edificação do Reino que Jesus nos
propõe no seu evangelho, reino este que consiste em justiça, paz e alegria no
Espírito Santo (Cf. Rm 14, 17). Diante de todo esse alvoroço, que é como a erva
que seca, ou como a flor que murcha, fiquemos com a Palavra de nosso Deus que
permanece para sempre.
A Igreja se funda sobre a Palavra de Deus, nasce e
vive dela. E é pela Palavra de Deus que a Igreja é sustentada, por isso, mesmo
em meio a tantas lutas e perseguições a Igreja continua seu caminho. Como o
povo de Deus, ao longo de sua história, a Igreja também sempre encontrou sua
força na Palavra. E continua, hoje, a crescer na escuta, na celebração e no
estudo da Palavra de Deus.
Nos últimos 40 anos, foram numerosas as intervenções
do Magistério da Igreja neste sentido. A Constituição dogmática Dei Verbum, do
Concílio Vaticano II, proporcionou ao Sagrado Magistério um grande impulso que
levou a todos os fiéis a redescobrir a Palavra de Deus na vida da Igreja e fez
com que todos tivessem a oportunidade de buscá-la sempre mais profundamente
através da leitura orante, da reflexão teológica e das diversas celebrações.
“A Igreja,
ciente da continuidade do seu próprio caminho sob a guia do Espírito Santo, com
a celebração deste Sínodo sentiu-se chamada a aprofundar ainda mais o tema da
Palavra divina, seja para verificar a realização das indicações conciliares
seja para enfrentar os novos desafios que o tempo presente coloca a quem
acredita em Cristo” (VD 3).
À semelhança da Mãe de Jesus, façamos silêncio para
ouvir a Palavra do Senhor e, meditando-a em nossos corações, onde a mesma se
torna eficaz, pelo poder do Espírito Santo, continuemos nosso caminho sempre
animados pela Palavra ao longo de todos os dias da nossa vida.
Dom Celso A.
Marchiori
Bispo Diocesano de Apucarana
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